sábado, 1 de agosto de 2015

Sintomas

Me peguei vasculhando a sua agenda online. Soube, então, da sua proximidade, seu possível retorno à minha vida. Já não tinha mais seu número, nem seu e-mail. Apenas era mais uma amiga em rede social. Por este longo tempo sentia ciúmes, mas sabia que sua vida corria. Também não me estacionei, mas agora olhando em volta vejo que isso não é bem a verdade. Sim, não nego minhas conquistas, mas é que elas poderiam ser mais bonitas com você do meu lado. Ou não, então me encontro sorrindo com a doce ilusão do que poderia ser se a gente fosse. Iludir talvez seja o melhor resumo da minha vida. Mas por conhecer bem a minha estrutura, não vale a pena ser aquilo que a CID espera que eu seja ou faça. Então eu quase abri mão do meu caminho e do meu horário só pra gente se esbarrar. Claro que não seria culpa do destino, mas outra vez minha culpa. Daqui a pouco saio para caminhar sabendo que verei os mesmos vestígios do dia-a-dia, mesmo que a esperança de ser diferente sempre surja enquanto reescrevo, inclusive mentalmente, esta frase. Ah, se tudo acontecesse sob as minhas vontades. Eu não estaria mais aqui neste lugar, mas talvez seria a cena mais perfeita da canção Fotografia de Tom Jobin. E outra vez me veria sozinho, vivendo apenas de lembranças. Chega de adivinhar meu futuro e consequentemente acertar. Esse é o mal de ser fiel consigo mesmo. Talvez seja um dos sintomas de me bastar...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Gratidão pelos recomeços

O que eu quero da minha vida neste momento? Corpo e mente sãos. Equilíbrio emocional, para poder ofertar tranquilidade àqueles que precisam de ajuda. Não há como ajudar sem estar ajudado. Tenho refletido muito em alguns pontos na minha vida, inclusive naqueles que não me permitem crescer espiritualmente. Acredito muito no desenvolvimento neste âmbito. E é o que tenho buscado. Aprendi ao longo do percurso que os desafios e as dores nos fazem crescer, mas que a dor nunca deve se tornar um estilo de vida. Tenho criado outras vias de esvaziamento do meu psiquê, de preferência sintomas aonde eu não me sinta mal. Talvez a sublimação seja uma via menos autodestrutiva, por isso o melhor a fazer com o meu tempo no momento é ler, estudar, produzir, trabalhar. E nos tempos de folga, descansar. É impossível descansar ao lado de quem te julga e critica. Como disse pe. Fábio, algumas pessoas têm o dom de, talvez sem perceberem, fazer com que esqueçamos que valemos a pena. E esquecemos mesmo. Por isso é preciso traçar novos caminhos, e que infelizmente elas não cabem mais nos mesmos lugares que a gente: por mais que as amamos, por mais que nos importamos, por mais que queiramos ficar. No entanto, temos constantemente de aprender a ir. É possível amar e aquela companhia não nos fazer bem. E isso é entristecedor, de um pesar sem fim, mas que precisamos pensar que vai passar, afinal tudo passa. Vai chegar o dia em que as boas lembranças, que sabemos serem muitas, irão reinar nas nossas mentes e corações. E a dor vai dar espaço a uma saudade gostosa de sentir. É preciso otimismo para continuarmos a enfeitar a nossa trajetória. E o mais importante, que nos agarremos ao que desejamos para a nossa vida, mesmo que pareça distante, e só paremos quando encontrarmos terras férteis. Podemos ser o que e quem quisermos, mas jamais podemos ignorar a proporcionalidade do que queremos com o que fazemos por merecer. Sem dor, sem ganhos. Mas acredito sim na possibilidade de grandes feitos através do amor e da paz. Gratidão pelos recomeços. Gratidão pela Força que desconhecemos, mas existe e nos mantém sempre de pé. Ótima VIDA a todos!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)