sábado, 14 de abril de 2012

Saudade



Hoje eu acordei bem assim: uma saudade, uma infinita saudade de tudo o que vivi. Aquela saudade que chega a doer o maxilar, os dentes, as mãos, os dedos dos pés, o couro da cabeça, a ponta do nariz. Saudade do que não vivi. Saudade de quem não apareceu. Saudade de ter saudade de alguém, algum lugar, algum sentimento. Saudade de sentir aquele alívio na garganta após apertá-la sem querer. Hoje me bateu aquele olhar indiferente pra mim mesmo, como se eu não me quisesse mais assim, sozinho. Saudade de ter alguém com quem me preocupar, mais que comigo mesmo. Saudade de uma voz que ainda não ouvi, de um abraço que nunca senti, de alguém que de tão especial, não apareceu. Talvez tenha se esquecido de vir. Talvez tenha perdido as horas. Talvez desconheça relógios, é tanta gente que acha que qualquer coisa no braço incomoda! Talvez tenha me visto sendo feliz com outro alguém, e resolveu voltar depois. Talvez tenha voltado ao remetente, vai saber como andam as entregas pelos correios... Não é todo mundo que sabe dessa saudade que eu tô dizendo, eu sei. Saudade de Natal. Uma saudade diferente, que chega a esfriar a barriga, chega a doer as costas, chega a entupir o nariz. Uma saudade que não significa apenas carência afetiva, mas carência de momentos, de acontecimentos. Sim, essa saudade existe, porque é o tipo de saudade que sinto. Saudade de proteção, de proteger. Saudade de fixação de dois olhos por uma boca, de uma mão por uma cintura, entre quatro pés gelados. Saudade essa que me sustenta mais que a gravidade, que me joga pro alto quando caio, tipo uma mola no fundo de um poço. Saudade de um tudo que se tornou um nada, de uma melodia que perdeu o sentido, de um grito que calou. Saudade de um 'você'. Saudade do destino me pregar peças, de me dar um presente maior do que pedi. Saudade de um 'de repente', de um 'te encontrei', de um 'até que enfim', sei lá. Saudade de saber enxergar quem está ali, bem perto, o tempo inteiro, sem que eu tenha percebido. Saudade de uma coisa mais fácil, de um sentimento mais puro, de um querer estar junto custe o que custar. Saudade de sair dessa inércia, de desacreditar em ilusão e acreditar mais no amor. Saudade de chorar de alegria, de ter um lugar calmo onde eu saiba me perder...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

A pessoa errada


"Não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas… mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. Aquela que te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor… A que vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono. Essa pessoa talvez te magoe e depois te encha de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa. Nada aqui é certo."

(Por Marcos Mello)



... Saudades de você, garota errada! (:

terça-feira, 10 de abril de 2012

Talvez




Talvez tenha sido por um olhar…Talvez por um sorriso…Talvez tenha sido por aquelas palavras ou talvez aquele instante contigo…Talvez um dia estaremos juntos e talvez tudo será esquecido…Talvez possa existir outros momentos e aí quem sabe…Nem tudo estará perdido.


Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

terça-feira, 3 de abril de 2012

O que fazer com o Aquele amor

"O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa." (Martha Medeiros)




Ninguém nunca me pediu pra não cultivar um amor no peito. Nem cultivar uma paixão reprimida. Eu mesmo me peguei puxando minha própria orelha diante de um sentimento sem amarração. Mas faz(ia) bem. É sempre bom ter alguém a quem direcionar o pensamento discretamente salpicado por um suspiro. Não amava porque achava atraente, mas porque acima de qualquer coisa eu necessitava. Não de uma outra pessoa, mas de provar a mim mesmo que ainda era capaz de gostar de alguém. Jamais perdi meu tempo lamentando por romances que não deram certo, ao contrário, sempre os agradeci. Agradecia a "fila andando", literalmente. E agradeci, acima de qualquer realidade, ao poder da imaginação. Vivi momentos fantásticos, amores platônicos, surpresas inusitadas, risos bobos, términos com ar de amizade. Na imaginação tive quem eu sempre quis, o que eu sempre quis, e nunca me neguei isso. E acredito que imaginar um amor é poder se aproximar ao máximo dele sem medo, porque quando a gente acorda só fica a sensação de que foi bom, e nem notamos que era apenas uma brincadeirinha com a gente mesmo...

Às vezes peço a Deus desculpa por esse sentimento menor, mesquinho. Dói, mas tem poesia. Dói, mas tem verdade. Dói de vaidade. Mas logo a dor dá espaço aos novos dias, porque de repente bate um vento e nos lembra que a vida é breve e leve. Logo vem um amor novinho em folha para nos relembrar daquele amor do passado, e pra sacudir a gente pelo braço e dizer rigidamente que agora se trata de uma outra pessoa. Em breve, de alguma forma, aprendemos onde erramos, e o essencial, tentamos não errar tanto. Aliás, desaprendemos a nos culpar e passamos a nos Responsabilizar. Um dia, aquele amor que parecia não caber mais dentro do peito ganha a forma de uma concha que cabe na palma da mão. E o que importa não é o que faremos com ela, mas onde a guardaremos. E em se tratando de conchas, talvez o melhor a se fazer seja devolvê-las ao oceano, do contrário teremos a sensação tê-las perdido por pequenos e insignificantes grãos de areia...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 1 de abril de 2012

Saber amar



"Não consigo imaginar nada mais satisfatório do que amar, e mesmo não sabendo o que o amor significa, sei o que representa. É o que nos faz, no meio de uma multidão, destacar alguém que se torna essencial para nosso bem-estar, e o nosso para o dele. É receber uma atenção exclusiva e ofertá-la na mesma medida. Ter uma intimidade milagrosa com a alma de alguém, com o corpo de alguém, e abrir-se para essa mesma pessoa de um jeito que não se conseguiria jamais abrir para si mesmo, porque só o outro é que tem a chave desse cofre. O amor é uma subversão, e seu vigor nunca será encontrado em amizades ou parentescos. Todas as palavras já foram usadas para defini-lo: magia, surpresa, visceralidade, entrega, completude, requinte, deslumbre, sorte, conforto, poesia, aposta, amasso, gozo. Amar prescinde de entendimento. Por isso não sei amar... porque sou viciado em entender."

(Por Martha Medeiros)