quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano Novo



Esperar um Feliz Ano Novo para os outros e para nós mesmos é universal. Os pessimistas chamariam de clichê. Os indiferentes, de mera educação. Os otimistas, de Esperança. Esperança de 365 dias e 6 horas melhores, com mais amor, mais grana, mais realizações... menos mortes, fome, guerras, desavenças... mais atitudes e menos palavras = O clímax dessa mensagem!!! Acredito que é isso que necessitamos colocar em prática a partir deste momento em que é escrita por mim e lidas por vcs essas palavras bobas, mas que no fundo carrega um sentido que construí. A gente espera tanto um ano melhor que esquecemos de nos lembrar que o ano espera por pessoas melhores. E o que fazemos para sermos melhores?

Vejo constantes frases de "desapego", "afastar a inveja", "gente ruim"... Interessante, mas é como se não existissem pessoas ruins (ou APENAS pessoas ruins), porque TODO MUNDO pensa assim, em afastar o mal de si. E se todos pensam assim, quem é esse mal? Ele realmente existe? Ou faz parte das ideias fixas que temos do mundo? Não adianta, sempre seremos vítimas dos outros. Reparem quando contamos um fato a alguém, sempre, sempre somos os feridos, ou melhor, quase nunca os culpados. Lembramos pouco do que fazemos, de quem machucamos (diariamente, sem perceber, machucamos alguém), e nos perdoamos facilmente quando temos "consciência" de que nossos atos são sem querer. Do outro também, igual ao nosso, pode sim ser sem querer. Mas pra gente é tão "foda" que torna-se um motivo único para doer.

Penso que, mais que esperar um Ano Novo, é acreditar em Anos Novos. Iniciar um novo ano com hábitos velhos, tzzzz... Não vejo nada de novo aí, apenas uma continuidade de erros, ou talvez a continuidade de superproteção de si próprio. Perdoar rapidamente porque o ano está acabando, tsc tsc. Vejo a coisa mais pelo lado da construção. Construir dias melhores, sem parar, mesmo que custe muito, mesmo que nos cansemos, mesmo que queiramos desistir. Amar mais e se importar menos com o depois, porque o depois é feito de "agoras". Trabalhar mais, estudar mais, sorrir mais, dançar mais, beijar mais, abraçar mais, suportar mais, tentar mais, elogiar mais, AGRADECER MAIS. Um Ano Novo requer mentes novas, almas novas, corações novos. Um Ano Novo nos pede mais brilho nos olhos, mais amizades (de preferência na vida real). Desejar Feliz Ano Novo só não basta. É preciso mais que promessas para fazê-lo ser um ano bom... Pensem nisso!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Memórias

"Depois de um tempo, você ainda vai lembrar dessa ferida que rasgou fundo o teu peito. Mas vai saber também que foi apenas uma página do capítulo passado. E que o capítulo que você está agora, ah, esse sim é o mais interessante." (Caio Fernando Abreu)



Tudo bem. Típica frase utilizada nas aceitações da vida. Pelo menos, a utilizada por mim, às vezes. Um tudo bem daqui, um ok dali, e a gente vai levando. Nem sempre com aquele sorriso original no rosto, é claro, mas com um sorriso parecido. Porém, o que me estremece são as perdas, ou do que me livrei, sei lá. E diversos atos, muitas vezes repetitivos, vão ganhando maior espaço ao longo dos dias, como se houvesse em mim alguma resistência. Acredito que quando a gente reluta em cima de algo a se fazer, tem um peso de angústia que pode a qualquer momento desencadear reações que nos paralisem. Os meus dias, digamos que quando não há trabalho a se fazer, são do tipo paralisantes. À noite, não. A saudade do que passou nos movimenta. Sair um pouco, conversar, conhecer lugares e pessoas, tudo isso nos possibilita a chance de encontrar algo diferente. Não digo melhor, porque a gente só tem saudade do melhor. Mas algo pra se distrair. Lembranças a gente guarda. Entender que hoje é melhor, bem, acredito que isso acontece só quando o momento passa. Mas alivia saber que o momento está ali para ser vivido, e coisas boas existem para serem lembradas. Mas, seguindo os conselhos de uma amiga, o legal é fazer planos para uma vida sozinha. Se aparecer alguém, a gente acrescenta nos planos. Se não, a gente executa os planos...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 20 de novembro de 2011

Uma breve definição

"Nada do que eu já fiz me agrada. E o que eu fiz com amor, estraçalhou-se. Nem amar eu sabia, nem amar eu sabia." (Clarice Lispector)



É bem triste o fato de um dia, quando estamos em contramão com a esperança, não acreditarmos que alguém tão especial seja capaz de gostar de alguém como a gente. Esses são os piores dias, aqueles que gostaríamos mais de encontrar um par do que encontrar a nós mesmos. E a gente vai caminhando, devagar, olhando sempre para os lados, às vezes para trás, o que, por diversas vezes, nos faz confundir foco com objetivo. Nos perdemos. Passamos o tempo com algumas caras desconhecidas só pra dizer que tentamos nos apaixonar. Já me questionei algumas vezes se estou à esperar ou se sou a própria espera. Afinal, nunca se sabe que tipo de posicionamento em relação ao mundo é o que me põe pra "trabalhar". Mas não... não admito ser alguém que espera, que fica esperando. Não admito que me escolham por eliminação, porque o que busco é ser a primeira escolha de alguém. Aí sim eu acredito que se possa viver um sentimento de verdade, uma história a dois...

Muitas vezes, embora não seja amor, temos a sensação que seja. Talvez seja apenas saudade daquele sentimento de ter encontrado algo para se lutar. Talvez seja apenas saudade de ter com o que se preocupar, com o que chorar, com o que sonhar. Ou talvez seja só saudade de você se sentir vívido. Tanto faz. Porque amor mesmo, eu não acredito que coloque uma pessoa trancada no quarto quando se está sofrendo por ele. Porque amor, em um sentido completamente diferente do que aprendemos, faz bem pra alma, mesmo que não seja correspondido. Amor mesmo é bonito, a gente que estraga ele. A gente que erra em moldá-lo, quando na verdade já existe uma forma - e não fórmula - pronta de amor. Tentamos colocar o amor no bolso, quando na verdade ele é bem maior que uma mala daquelas gigante, de rodinha. Acredito demais que o amor faz bem pra gente, nos faz sair de casa mesmo com o peito doendo, e nos faz buscar uma pessoa melhor, ou só uma pessoa bacana, pra ver se ela se encaixa com esse sentimento maravilhoso. E não, não precisamos de alguém para sentir amor... Precisamos de amor para sentir alguém...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dor: por que?

Chico Xavier tinha em cima de sua cama uma placa escrito: "Isto também passa". Então perguntaram a ele o porquê disso. Ele disse que era para que quando estivesse passando por momentos ruins, se lembrar de que eles iriam embora, que iriam passar, e que por alguma razão ele teria que passar por aquilo. Mas essa placa também era para lembrá-lo de que quando estivesse muito feliz, não deveria deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam novamente. É exatamente disso que a vida é feita, momentos. Momentos bons ou ruins que temos que passar, por algum motivo, para o nosso próprio aprendizado. Porque nada é por acaso...



Esconder a dor. Sou do tipo que faço isso muito bem. Insisto em olhar pra tudo o que passou, e a dor, essa eu aprendi a vê-la diferente. Lembro 'um pouco' de pessoas que abandonei. Lembro 'perfeitamente' de pessoas que me abandonaram. (Notou a diferença?) [...] E sinto que gosto de me lembrar... Com a dor aprendi a me curar. Com a dor aprendi a me proteger. Com a dor aprendi a voar mais alto, a cair com tudo, porque quando escolho eu sei muito bem pra onde estou indo. Dor de amor... Aprendi que posso compará-la àqueles relógios que passam de geração a geração. E quando não quero mostrá-la a alguém, guardo-a no bolso e sigo. Não é todo mundo que está preparado a ver a dor do outro. E nem sempre queremos mostrar como fomos machucados, porque algo de extraordinário, de uma ordem oculta, nos faz tentar parecer fortes, felizes, uma boa companhia. Medo da solidão? Talvez... Aprendi também que foram bonitas as histórias que vivi, e que nunca será o final que definirá uma relação. Aprendi a dar valor a cada momento junto. Aprendi que esperar o fim não me faz alguém sem otimismo. Ao contrário do que se pensam, inevitável é pensar no fim logo de cara, quando já estamos cansados. E com a dor também desaprendi... Desaprendi a me colocar em primeiro plano, já que meu investimento por longos dias têm sido em tudo o que é externo e, sendo assim, não há como dar atenção a duas essências simultaneamente. Com a dor desaprendi a gostar de alguém com tudo o que posso, porque aprendi a ter medo. Com a dor desaprendi a me calar diante de tudo o que eu não gosto, porque um dia aprendi que as pessoas precisam partir quando não estão felizes. Com a dor desaprendi a dar mais de duas chances, porque aprendi que a mentira existe pra ser usada pelas pessoas que não sabem o que querem. E desaprendi a sorrir de tudo. E desaprendi a dançar sozinho. Desaprendi a escolher. Desaprendi prejulgamentos, porque aprendi a deixar a outra pessoa se mostrar não da forma que eu gostaria, mas da forma que ela realmente é. Desaprendi a praticidade da pegação, do amor por uma noite, do beijo por um dia, do abraço que mais parece uma despedida. Mas tornei-me exigente demais com o que procuro pra minha vida. Acredito sim que não podemos abandonar nossos sonhos, que o que buscamos sempre existirá em algum canto. Acredito em amor, mesmo que pareça antiquado, e acredito que eu posso viver uma bela história acompanhado... e se não for de amor, vai ser de família e amigos!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 23 de outubro de 2011

Carência

“Você não tem que ter alguém pra ser completo. Você precisa ter você, não se perder, não perder sua essência. O resto vem!” (Mariana Lobo)



Fico com a ideia de que tudo o que eu aprendi ajudou na construção da dor. Se sinto medo do amor, de alguma forma, ele deixou uma marca não muito bonita de se ver. E assim me constituí gente, com aquela sensaçãozinha de dúvida em relação ao mundo. Vejo que foi o que aprendi desde cedo, e para além disso, não pretendo jamais me culpar ou culpar alguém. Faltou confiança nas minhas relações. Palavras marcaram. Atitudes também. E se não tenho facilidade em acreditar, em confiar, percebo que tudo veio das minhas primeiras relações. É exatamente por entender isso que dou sempre uma chance às pessoas. Afinal, a culpa também é minha. Aí deixo-as se mostrarem sempre. Mas confiar demora... e como demora!

Talvez se eu fosse mais 'frio', não morreria de ansiedade à espera de um simples 'oi'. E não me perderia tanto quando sinto ciúmes de pessoas que nunca estiveram realmente comigo. Talvez se não falasse tanto de amor o tornaria distante, e talvez essa distância facilitasse o meu sentir. Talvez um dia encontraremos alguém especial que nos faça esquecer o que é a palavra fim. E nos faça confiar. E nos faça recuperar toda alegria e vontade de viver. E nos faça perceber que podemos sim ser fortes sozinhos... O amor tem a capacidade de nos fazer apaixonar pela gente mesmo. O amor nos faz nos cuidar para alguém. Mas só o amor verdadeiro é capaz de nos mostrar nosso valor e nos ensinar a cuidar mais da gente sem colocar o outro em primeiro lugar...

Algumas pessoas passam a vida toda de galho em galho, de relacionamento em relacionamento. Outras passam a vida inteira 'falando' de amor. Não sei se é mais difícil achar que nunca acerta nos romances, ou se é mais difícil ter medo de não encontrar a pessoa que tanto procura. Não importa. Já fomos enganados demais pelas novelas, pelos filmes, pelas histórias, pelos livros. Romance mesmo não tem música de fundo e nem sempre vem com tragédia de brinde. Temos mesmo é que abrir mão desse conceito de que tudo o que é mais difícil de se conseguir é melhor! Às vezes, o destino coloca pessoas tão bacanas em nosso caminho que a ilusão de que alguém melhor aparecerá nos atrapalha na nossa entrega. Claro que já vivi ao lado de pessoas que me faziam pensar que elas não eram aquilo que eu procurava. Mas pensei muito ao abandoná-las, ou me deixar ser abandonado. Porque na vida, se não temos uma balança para mensurar o peso da dor em contraponto com os prazeres, na certa não estamos sendo justos com a gente mesmo.

Se na maioria dos seus relacionamentos você foi a 'vítima do amor' e deu uma chance pra ver o que rolava, bem vindo ao clube! É ótimo ser desejado. Mas, muitas vezes, estamos tão carentes, tão necessitados de um afeto, que damos chance a qualquer pessoa! E a cada erro bobo, pensamos logo em perdoar porque não queremos estar sozinhos. O corpo pede alguém. A alma implora por alguém. E a falta continua. Mas, como disse Fernando Aniteli na música 'Sonho', "descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais, querer saber demais"...

Que a minha carência não me faça aceitar qualquer pessoa que demonstra a todo momento querer apenas um único encontro.  E que o meu medo de ser sozinho não reflita nos meus atos a ponto de cobrar ou culpar por coisas passadas às pessoas que não merecem. Que as dores ensinem apenas a fazer diferente, e jamais a taxar as pessoas como iguais. Que meus olhos quando lacrimejarem possam falar por mim. Que as pessoas um dia não sejam apenas verdadeiras com o que querem, mas fiéis com o que querem, pois ninguém precisa ter alguém do lado o acompanhando por pena ou por não encontrar nada 'melhor'. Que aprendamos a amar sem medida, e a aceitar que nem sempre esse amor pode acontecer. Pois amar é deixar livre. E que possamos parar de dizer que esperaremos pelas pessoas, porque quem se interessa larga tudo. E dizer isso não é orgulho... É se amar!


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 9 de outubro de 2011

O que me falta?

"O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há e-mails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem." (Martha Medeiros)



O amor tá fazendo falta! E essa falta às vezes vem em alta escala, às vezes vem de mansinho. E é constante. E bate aquela "ruindade", aquele vazio, e me pego ligando a tv... mas não é isso... mastigo alguma coisa... mas não é isso... e ligo pra alguém... mas também não é isso... e tento dormir, e tento ler, e tento escrever. Aí os pássaros lá fora me tiram a concentração. Mas talvez seja só inveja. Aí me questiono: quem disse que os pássaros cantam de alegria? Pássaros engaiolados também cantam, e encantam. E o que incomoda o ser humano é justamente isso, se ver preso. Preso a valores, preso a amores, preso à família, ao lar. Não que isso não seja bom, mas toda essa "cadeia" faz parte das crises existenciais. Por isso faz falta o amor. Essas crises se estreitam, e se alarga apenas numa única direção: a da pessoa amada.

Ah, o silêncio... Bom ele seria se consigo trouxesse respostas, e não novas perguntas, novos medos, novos desejos. Mas nada de fugir, até porque não tem jeito mesmo. E é bom que venham coisas novas, porque de velho já basta o coração...
.
.
.
.
.

Quando se gosta de verdade, qualquer defeito é a característica marcante da pessoa por quem nos apaixonamos. Não são as qualidades que nos seguram, são os defeitos e a maneira como os aceitamos. E muitas vezes eles são reflexos do que não suportamos em nós mesmos. Superar cada coisa que não nos agrada no outro é como vencer todos os dias uma nova batalha, o que nos dá orgulho em saber entender e se colocar no lugar de quem amamos. Abraçar as dores que uma pessoa carrega não é esquecer das nossas angústias, mas trocar experiências, ganhar resistência e conhecimento para as coisas que talvez iremos ou não viver. E caso um dia percamos de vez uma companhia, que fiquem os ensinamentos, são eles que nos mostram o quanto aprender valeu a pena, o quanto nos tornamos fortes, o quanto foi acrescentado em nós. Quem ama não quer mudança, porque se alguém muda por completo perde sua identidade. Quem ama não quer preencher espaços, quer economizá-los para caber sempre mais um pouquinho. Por isso chega de procurar alguém que te complete, chega de procurar uma pessoa que te faça melhor. O que queremos é alguém que nos faça transbordar!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 2 de outubro de 2011

Saber o que se quer

“O desejo pode ferrar com a sua vida. E por mais duro que seja querer muito uma coisa, as pessoas que mais sofrem são aquelas que sequer sabem o que querem.” (Grey's Anatomy)



Interessante a frase acima. Quando se é principiante em alguma coisa, logo desconfiamos da nossa capacidade em dominar. É sim algo que queremos. Talvez não esteja escancarado em nossa consciência, mas aos poucos, e não de repente, as coisas vão se transformando, acontecendo. Quem um dia disse que pessoas experientes dominam mais as situações se enganou. Inclusive em se tratando de relacionamentos amorosos...

Todo mundo procura a pessoa perfeita. Uma pessoa que conhecemos a pouco é extremamente perfeita! Não se sabe bem o que acontece, mas às vezes um certo desconforto vai tomando conta da situação. O desejo do outro - ou nosso - começa a criar outros rumos, e tem que ser bem imaturo pra não "sentir" isso. O que quase ninguém nota é que é da natureza do ser humano contaminar o outro com os nossos ideais e as nossas fantasias. Acreditamos tanto que a pessoa escolhida é perfeita que passamos a não conhecê-la de verdade, como ela é. Ela passa a ser aquilo que desejamos. Qualidades talvez que gostaríamos de ter. E se alguma atitude (às vezes parecidas com as nossas) emerge, logo caímos o fora. Não suportamos nossos defeitos, mas também não conseguimos nos livrar de nós mesmos. Por isso, é mais prático culpar o outro por defeitos muitas vezes nossos. Mas... o que fazer?

Se permitir...

Não é um trabalho fácil abrir mão do que desejamos para obter surpresas. Não é nada fácil aceitar as pessoas e a vida como elas são. Mas acredito que é mais próximo do chão, o que faz com que o tombo seja menor. Não é pensar no pior antes das coisas acontecerem. Dá uma sensaçãozinha de medo. Tem gente que é tão fixado nessa de "vou me preparar para o pior" que não percebe que tudo o que sabe fazer é encaminhar seus relacionamentos para o abismo só para alimentar sua "vaidade" e dizer para si: Eu sabia que não daria certo. Ou seja, o caminho mais fácil para não sofrer é finalizar antes das coisas se tornem realmente sérias...

Tenho a nítida impressão de que se eu soubesse desses "teoremas" há um tempo atrás, talvez ainda estaria junto à minha primeira namorada. Ou talvez nem teria olhado pra ela. Mas, de fato, o que vale aqui é me deitar tranquilo e todas as noites saber que tentei. Tentei ser feliz, tentei fazer algumas pessoas felizes. Me calei para não magoar, enquanto ouvia sinceridades - crueldades, gosto mais desse termo; e chorei escondido algumas vezes também. O que eu não faço mais é guardar o que sinto só pra mim, morro de medo de somatizações ou algo do tipo (risos).

Chega de correr atrás das borboletas, vou cuidar do meu jardim. Mas nada de culpar as mariposas que pousaram no meu ombro, nada de guardar mágoas por pessoas que não souberam me olhar da forma que sou. Nada de esperar alguém especial chegar no próximo trem, justamente na hora que eu mais preciso, porque a vida não se baseia nisso. É preciso saber o que queremos pra depois pensar no que merecemos. E o que eu não faço é me vitimizar a ponto de culpar as próximas pessoas que virão por coisas que sofri em relacionamentos passados, cobrando coisas que não têm nada a ver com a pessoa escolhida. O que eu não quero é criar limitações para o outro logo de primeira, a ponto de não deixá-lo se mostrar por inteiro. O que eu não curto é me envolver com alguém somente pra tapar buracos, tornando-o escravo das minhas vontades e alimentando meu desespero em estar com a "pessoa certa". O que eu não admito é que eu perca a coragem e a vontade de me apaixonar, de amar perdidamente, e o mais importante, de dar um bom intervalo entre um relacionamento e outro. É tudo muito confuso tanto no início quanto no final. E quando chega o fim vejo a grande importância em entender o que se sente, o que machuca e o que realmente aconteceu. E o que eu espero é que essa parte de analisar os finais se vá, mas nunca deixe de fazer parte desse ciclo "eros-psi-orgânico" que existe no meio de nós.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 11 de setembro de 2011

Desistir

‎"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem." (Caio Fernando Abreu)



Por muitas vezes me vi entrelaçado a "quases". Mas o que mais e intriga é o tal do "quase amor". A gente, quando tá fresco e inexperiente nesse lance, se entrega com muita facilidade. E as decepções vão nos fazendo criar armas e armaduras. Esse medo nos limita, nos sufoca, nos retém. Isso não é viver, é se esconder. Assim eu não quero! Acreditar que pessoas boas existem não é inocência não. Seria o mesmo que achar que a esperança causa tristeza eterna. Acreditar em pessoas legais é dar credibilidade ao mundo. E viver bem consigo mesmo...

Só porque alguém te machucou uma vez, não significa que tem que excluir totalmente de sua vida. As coisas mudam. Pessoas crescem. Enquanto as crianças criam seus traumas diante daquilo que as machucou, pessoas bem resolvidas enfrentam as coisas de cabeça erguida, exibindo o coração. E qual o problema se ele estiver ferido? Ter partido o coração é sinal que depositamos força e tentamos alguma coisa. E a única maneira de cicatrizar uma ferida é confiando...

Certas coisas não têm sentido e nem razão para acontecer. Sentimentos bons e ruins sempre vêm e vão, temos que aprender a viver. Precisamos abrir os olhos, seguir em frente, pois nada é pra sempre, e muitas vezes é melhor zerar e recomeçar. Porque um dia descobrimos, mais cedo ou mais tarde, que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.

O defeito de muita gente é sentir saudade e não correr atrás, de amar e não admitir, de sofrer e não chorar. O medo de demostrar nossos sentimentos muitas vezes nos impede de ser feliz. A maneira mais eficaz de mudar essa rotina é dialogar. O Não já temos, vamos atrás do Sim, pois se não tentarmos nunca saberemos a resposta. Lembremos, a dor que nos machuca é a mesma que nos ensina.

Por minha vida passaram pessoas muito especiais, mas que foram capazes de me fazer permitir perder o equilíbrio, perder a cabeça, me perder. E por ironia, percebi que para continuar vivendo teria que me livrar daquilo que me dava força e, de certa forma, era a minha própria vida - ou pelo menos eu achava que era. Mas não consegui me livrar, por isso apenas desisti. Meio torto, meio bobo, meio manco, meio morto, desisti...

"Não sou ninguém importante, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Eu levo uma vida comum. Nenhum monumento dedicado a mim. Meu nome logo será esquecido. Mas em um aspecto, eu obtive sucesso como ninguém jamais teve. Amei alguém de coração e alma. E isso sempre foi o bastante pra mim."

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mude, permita-se, experimente!




Por muitas vezes adiamos a felicidade, deixando de viver apaixonadamente cada momento. Por muitas vezes, deixamos grandes pessoas irem embora de nossas vidas por não acreditarmos no nosso potencial em fazê-las felizes. E nem nos tocamos que muitas vezes somos nós que afastamos a felicidade de nós mesmos. É preciso mudança. É preciso experimentar novas atitudes, já que conhecemos o resultado obtido quando agimos sempre da mesma maneira. Lembre-se: uma pérola só é pérola quando sai de dentro do seu porto seguro, da sua própria ostra...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 4 de setembro de 2011

Uma vida confusa, quem quer, quem tem?

"Não tenho medo de morrer, tenho pena." (Chico Anysio)



Hoje uma amiga me enviou uma música da minha época de adolescência que me fez lembrar muitas coisas. Coisas boas, coisas ruins, e principalmente algumas que eu não queria lembrar. Relutei e reluto muitas vezes por algumas lembranças. Acho natural. Lembro-me quando sentia meus problemas pessoais, lutas caseiras, interferindo na minha vida social, me modelando, me lapidando, me transformando em alguém que eu nem fazia ideia de como terminaria. E por ironia, hoje digo: não terminou. Pode até ser que algumas pessoas passem a vida toda carregando uma imagem daquilo que elas acham que são, mas na verdade não são. E é com essa imagem de pessoa e ocupação no mundo que aprendemos a lidar com o próprio mundo. A partir de estudos em Psicologia, comecei a refletir sobre minha vida, sobre minhas atitudes, sobre o que me traz ansiedade e angústia, sobre o que me faz mal e me faz feliz. E acredite, faz um bem danado tentar se entender! Repito... Tentar. Quantas vezes nos vemos angustiados por não saber agir de outra forma a cada nova situação? E se olharmos bem, as situações tem lá suas margens parecidas. E as nossas respostas aos estímulos também...

Essa introdução é necessária para se chegar a uma questão: estamos feliz com aquilo que somos? Se a resposta for sim, caro leitor, digo para parar por aqui...

Não vou utilizar de teorias, inclusive psicanalíticas, para a elaboração de um texto que produza efeito terapêutico. Apenas tracemos uma rota que talvez leve nossas experiências a cruzar uma coincidência.

Dois são os caminhos que mais nos tomam nossos pensamentos e preocupações: o trabalho e o amor (isso foi tirado de sala de aula). Pois bem, é confuso pensar que ter total sucesso em ambos, simultaneamente, parece pouco provável. O trabalho... O trabalho nos dispõe de ferramentas que jamais imaginamos possuir, nos trazem a lógica, o raciocínio, a esperteza, a amplitude, o individualismo. O trabalho nos faz melhores quando é citado, mas nosso maior desafio é que ele nos faça melhor quando é produzido. Mas deixemos o trabalho de lado e falemos do que eu mais gosto... O amor! Ahh... O amor se estende a qualquer sentimento de posse sem posse, de ter em não ter, de saudade sem ao menos viver. Meu intuito acaba se voltando para as nossas respostas diante das nossas atitudes. Inicialmente, precisamos antes pensar nas perdas que temos por certos atos que cometemos. São muitas nossas demandas de queixas por causa pessoas que se afastam de nós, por não nos tratar como prioridade, de não saberem fazer nos sentir especiais. Nós, nós, nós somos as vítimas sempre. Ser vítima é cômodo, não é mesmo? Pelo menos a vítima tem o direito de chorar, de adoecer, afinal, a vítima ocupa um único lugar: o de vítima. Quantas pessoas se afastaram de nós, nos fazendo sentir sozinhos, e ao mesmo tempo fortes o bastante para não procurá-las? Quantas vezes nos vimos voltando atrás por coisas que nem sequer vemos algum valor, mas por simples medo de não ter ninguém? Na certa, algumas vezes em nossas vidas abrimos mão de quem é realmente importante para preencher esse mesmo espaço com um pouco de luz. E essa luz, muitas vezes, tem o mesmo nome: Ilusão...

Crises existenciais são necessárias para nos lembrar de coisas que relutamos. Como por exemplo, as nossas origens. Nossos cuidadores nos ensinaram a amá-los, mesmo quando eles nos magoassem muito. Mas, sinceramente, não sei o que acontece por não termos essa mesma disponibilidade para com as demais pessoas. Nossos cuidadores nos fizeram fortes quando nos empurraram críticas, medos, dores, disciplina, coragem, responsabilidades. E se nos deparamos com esse empurra-empurra vindo de terceiros, sai de baixo, afaste-se de mim! Não é assim que respondemos à vida? Disse Pe. Fábio de Melo um dia: "Diga-me quem você mais perdoou na vida, e então direi quem você mais amou." E eu completo: Diga-me quem você mais amou na vida, e então questionarei porquê você não perdoou...

Hoje concluo: não foi o amor que me fez sofrer, foi o que eu esperei dele. Acreditei muitas vezes que a felicidade viria apenas quando eu estivesse totalmente feliz. Pensei que seria amizade só quando fizessem as minhas vontades e aceitassem de mãos beijadas os meus defeitos. Jurei que seria amor quando os olhos se cruzassem e não mais quisessem se separar. E também jurei acreditar que o amor de novela existia. Até entender... que pra ser feliz, basta eu fazer algo pequeno, mas que seja escolha minha, para eu ter a oportunidade de me culpar ou glorificar. Que pra ser amizade, eu preciso de um 'amigo espelho' para me dizer o que tem de errado em mim, em minha aparência, em meu caráter, sem medo da verdade, e principalmente sem medo de discordar dele. Porque muitas vezes o outro também quer desabafar e tem lá suas crises existenciais, e é bem mais fácil jogar seus defeitos naqueles que temos afinidades ou que estão por perto. Até entender que conviver com amigos requer abrir e fechar de mãos, mas nunca soltá-las. E entender que vida de novela é fantasia, e que vida real é a minha, e é dela que eu sempre deverei cuidar. Antes que o amor acabe. Antes que o dia termine. Antes que faltem palavras. Antes que seja tarde demais...

Não tenho medo de morrer, tenho pena de morrer. Afinal, é tanta coisa que conquistei, tanto que pretendo conquistar, tanto tempo levando pra aprender, que dá uma enorme dó de abrir mão de tudo aquilo que me proporcionou pequenas e curtas felicidades, mas que foram suficientes pra me fazer sentir pena de deixar, pena de ir embora, pena de partir. Talvez esse seja o último ensinamento de nossas vidas, o de abrir mão. E talvez essa seja a resposta da dificuldade que temos em abandonar um amor que tanto nos marcou...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Remendado

"Tinha esquecido do perigo que é colocar o seu coração nas mãos do outro e dizer: toma, faz o que quiser." (Caio Fernando Abreu)





Já chorei por pessoas desconhecidas. Fui corroído algumas vezes pelo quase amor. Segui minha intuição achando que fazia o melhor, o correto, achando que percorria o devido caminho, até perceber que se tratava da minha neurose, do meu medo, do meu passado. Fui feito carne e osso, e mesmo assim ainda procuro entender porquê tenho que querer acertar em tudo. Sei perfeitamente me desculpar e faço isso com uma grande dose de verdade. Já confundi saudade com ansiedade. Acreditei que era dor, mas era susto. Pensei ser mágoa, mas percebia um certo orgulho. Afastei a felicidade de mim várias vezes, não por hipocrisia, mas por não me achar merecedor em alguns momentos da minha vida. Sou difícil de lidar, mas fácil de ser conquistado. Sei bem onde, quando e como me encontrar nas entrelinhas. Assim como sei me perder em algumas ocasiões. Assim como sei me perder em algumas. Assim como sei me perder...

Por muitas vezes as pessoas vão querer fazer você se sentir o pior ser humano do mundo. Mas cabe apenas a você decidir se isso tem ou não tem alguma veracidade. Racionalizar alivia, nos faz seguir em frente, mas na boa, não resolve. Cristalizamos alguns sentimentos, engessamos algumas emoções, mas jamais poderemos dizer se, de fato, está tudo em plena paz. Se eu pudesse me resumir em uma única palavra no dia de hoje, essa seria 'Remendado'. Ao menos, sinto que sou o mesmo. E se me sinto diferente, logo entendo que é culpa dos atos, dos sentimentos, dos pensamentos, dos pontos de vista, das palavras... fragilizados e reconstituídos por teimosia e força de vontade por não saber entregar à derrota meus sonhos, que hoje vejo valerem tanto quanto minh'alma...
.
.
.

Às vezes, o que as pessoas precisam mesmo é de um abraço apertado, daquele que te prende, te sufoca, te protege...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sábado, 20 de agosto de 2011

Ter vinte e poucos anos...



Enfim, se chega aos 20 anos de idade... 21, 22, 23 e assim por diante. Isto é chamado de "crise de um quarto de vida". É quando você para de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso. 

Você pensa sobre onde vai estar daqui a um ano ou dois, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora. Você começa a perceber que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que eram tão próximos não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes. O que você não consegue perceber é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros, ou falsos, mas estão tão confusos quanto você. 

Você olha para seu emprego... E não é nem perto do que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar. 

Suas opiniões se tornaram mais fortes. Você vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando mais do que o usual, porque você percebe que desenvolveu certos limites na sua vida e está constantemente adicionando coisas na sua lista do que é aceitável e o que não é. 

Em um minuto, você está inseguro e no próximo, seguro. Você ri e chora com a maior força da sua vida. Você se sente sozinho, assustado e confuso, de repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para a frente. 

Você tem seu coração quebrado e pensa como alguém que você amava tanto pôde causar tanto estrago em você. Ou você fica deitado na cama e pensa por que você não poderia encontrar alguém decente o suficiente que você queira conhecer melhor. Ou às vezes você ama alguém e ama outro alguém também e não consegue imaginar porque você faz isso, já que você sabe que não é uma má pessoa. Ficar com alguém por uma noite ou galinhar começam a parecer ridículos. Agir como um idiota se torna patético. 

Você sente as mesmas coisas e enfrenta as mesmas questões de novo e de novo, e conversa com seus colegas sobre as mesmas coisas porque você não consegue tomar decisões. Você se preocupa sobre empréstimos, dinheiro, o futuro e construir sua própria vida... E enquanto ganhar a corrida seria maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar! O que você pode não perceber é que todos que lêem isso encontram algo em comum.

Enfim, estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos para ser feliz!


(Fonte: http://www.euodeio2afeira.blogspot.com/)

sábado, 13 de agosto de 2011

Ainda falando de Relacionamento...

Vivemos em um mundo em que os acontecimentos naturais se perderam em meio a tantas coisas artificiais...




Tenho medo daquelas pessoas que começam um relacionamento já pensando no fim, já montando contratos. São pessoas que já sofreram tanto que não sabem mais esperar o melhor. Não são pessoas culpadas, são vítimas das circunstâncias. São pessoas que precisam de tempo, só que ainda não perceberam isso. E é uma árdua tarefa dizer isso a quem gostamos tanto, a quem lutamos tanto, mas que notamos claramente a falta de interesse para com a gente, a reciprocidade. É difícil abrir mão de alguém que mexe tanto com nossos sentimentos, mas às vezes é preciso. A intuição existe para ser usada, para entender o que realmente buscamos. Para mim, o verdadeiro amor possui um pouco de ódio, um pouco de dor acompanhado de angústia. Mas sempre em paz...

Conheço muitas pessoas que não conseguem ficar em um relacionamento por mais de seis meses. Fico admirado pelo motivo do término: 'grude demais'. Fico boqueaberto! Poxa, uma pessoa que manda uma SMS de Bom Dia ou Boa Noite para mim mereceria um Óscar. Em dias corridos, muito trabalho, muitos compromissos, é difícil manter a atenção fixada no telefone. Mas se você recebe uma SMS diariamente, certamente alguém te acha especial. E se você não responde... Bom, há ago de errado com você - não digo 'em' você. Aquela história de 'eu sou frio', 'eu não sou de ligar' é mentira! Quem ama corre atrás, quem gosta cuida, quem quer não arranja desculpas, quem quer ir embora vai pedir 'tempo'. É claro que existem casos e casos, mas se isso existe logo no início, vejo são sintomas de algo que não vai dar certo... Ou vai...

Quando estamos sozinhos, buscamos uma pessoa perfeita, que corresponda às nossas expectativas. Se a encontramos, logo damos um jeito de sumir. Se encontramos alguém que seja o oposto ao que procuramos, logo nos vemos em uma batalha. Queremos modelar as pessoas ao nosso jeito. Isso tá certo? Para mim não... É preciso ser um pouco mais 'desenvolvido' que os outros pra perceber quando temos ao nosso lado uma pessoa bacana. Em outras palavras, metaforicamente falando, só quem é maduro o suficiente sabe dar valor a um diamante e discerní-lo de pequenos cacos de vidro...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E de repente... Relacionamento!

"Lá vem, lá vem, lá vem de novo. Acho que estou gostando de alguém. E é de ti que não me esquecerei..." (Legião Urbana - Giz)



Ultimamente ando parecendo disco velho, arranhado, tocando o mesmo trecho, a mesma música. Relacionamentos tornaram-se jogos. Verdade! Começarei a me explicar com uma palavra mágica: CONFIANÇA. Algo que vem e vai embora fácil, ao meu ver. O que queríamos é ser bem sucedidos em tudo na vida, mas parece que o 'exceto nos relacionamentos' tirou de cena tudo aquilo que estava em minha mente para continuar escrevendo aqui. Não é pessimismo meu, nem seu. São singelas formas de nos machucar menos, criando uma típica zona de conforto que às vezes se parece mais com o muro de Berlim...

Relacionamentos tornam-se jogos quando não nos entregamos por inteiro, por mera desconfiança da reciprocidade. Confiar na lealdade, na fidelidade e até na idade! Tornam-se jogos quando não acreditamos na probabilidade do outro nos amar mais do que nós mesmos. Que feio! É como se duvidássemos da capacidade do outro de amar. Como se só a gente soubesse amar. Muitas vezes, a vontade de ligar no dia seguinte é sufocada pelas experiências passadas. A vontade de procurar é mensurada pelas malditas vezes que não nos procuraram. A atenção oferecida é ligeiramente abandonada só porque ainda não deram sinal de vida pra gente. O que nos mostra que sempre quando achamos que aprendemos com algo, na verdade estamos reproduzindo a dor da dor. Isso não é aprender, é sofrer novamente. É comum a nós mortais encontrar razões até meio ilógicas para o desaparecimento da pessoa que estamos "afim". 'Deve estar sem créditos'. 'Pode estar ocupado'. 'Na certa, vai deixar pra fazer uma surpresa'. Alguém da família morreu'... Racionalizamos os conflitos internos ou desviamos o pensamento; é bem mais fácil lidar com as coisas assim. Porventura, irônico é não saber quando estamos sendo 'amados' também...

Um meio de entrar num bom relacionamento... Um meio, um meio, um meio... Existe? Um meio eu não sei, mas talvez um momento. Talvez quando estiver em paz, talvez quando se cansar e desistir, talvez. Seria um sonho se tivéssemos a certeza de que tudo o que passamos valerá a pena um dia, inclusive no amor. Mas o que vale a pena mesmo é acreditar, só pra gente mesmo, que o amor existe, a pessoa perfeita existe, só pra no final percebermos que tínhamos plena razão. Não precisar contar que acreditamos nisso pra ninguém. Acreditar lá no fundo que a sorte vem, O Dia vem, e que tudo aquilo que sonhamos está bem próximo de ser real. E está.

Verdade sobre mim: me prontifiquei a ser eu. Deixei de esconder palavras que dizem respeito ao que sinto, principalmente em relação às pessoas. Ligo no dia seguinte, dou bom dia, boa noite, olá. Com certeza não sou eu quem perco com isso. O bom de tudo é sentir que se houveram possibilidades para chegar onde queríamos, elas foram usadas. Dó de quem não soube valorizar. E se algumas pessoas se afastarem da sua vida, não fique triste. Pode ser apenas a resposta da oração: LIVRAI-NOS DE TODO MAL... AMÉM!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Recomeçar

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!" (Fernando Pessoa)



Como quase todo fã de tabloides, também encontramos pessoas em redes sociais desamparadas de algo que possa estar na promoção. Barato, prático, belo, sem muito trabalho pra se conseguir, e o mais interessante: bem pertinho de você! E que irônico, logo nos sentimos parecidos com elas. Isso quando essas pessoas não somos nós mesmos. Esperamos sempre algo legal cair na nossa rede. Às vezes cai. Às vezes somos nós que caimos. E aí começa a novela da vida online. Levar adiante algo que veio fácil pode parecer banal, mas acredito sim em grandes acontecimentos. Grandes e especiais. Uma vez disse Bob Marley: "Sozinho, meu pensamento focaliza em alguém. Deixo-o livre, e de repente meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrário, deixo escapar um sorriso [...]" Claro que ele não tratava do mesmo assunto, a frase continua, mas aqui ela aparece para dar continuidade à minha oratória. Não, não procuramos ninguém para matar o tempo. Mas é invitável pessoas assim aparecerem. Queremos e gostamos de atenção. E quando decidimos nos entregar é tarde, afinal, qualquer um se cansa de tentar, tentar, tentar e apenas tentar. Pra ser mais exato, dói muito dar murros em ponta de faca, e é uma grande perda de tempo nadar para morrer na praia. Mas, de fato, é gostoso sim, tanto pra quem insiste quanto pra quem é procurado. Isso é viver, meu! Aí eu começo a me entender... Procuro pessoas para as minhas horas vivas. E mais que isso, as quero para preencher minhas necessidades. Necessidades, mas jamais o meu vazio. Há coisa mais especial que o vazio da gente? Claro. Mas é real a importância que nosso vazio tem, pois é algo desconhecido até para nós mesmos; e tolice a nossa querer que o outro preencha aquilo que nem sabemos o que nos falta...

Bom, digamos que nós, humanos, vivenciamos coisas parecidas. A perda é uma ladra, nos tira o mapa das nossas mãos. Nos perdemos sim, é inevitável. E necessitamos colocar algo no lugar. Tá entendendo porquê uma pessoa pode mudar tanto após a perda de algo? Mas isso não significa que nosso entendimento deva significar aceitação. Não é algo comum a nós gostar do sofrimento, mas lá no fundo existe uma pontinha de esperança. Esperança na mudança, inclusive do outro. Mas e a nossa mudança, será que alguém espera? O fato de você perder aquilo que mais amou, amar sem ser amado, entender sem ser entendido, pode te levar à infelicidade. Mas acredite, é algo passageiro. Quando acostumamos com uma vida de perdas logo entendemos o quão forte podemos ser, ou parecer. E as pessoas talvez nunca entenderão se estamos realmente sendo ou parecendo fortes, mas admito de uma vez por todas que só quem vive pode saber.

Por muitas vezes me vi apegado demais a pessoas. E elas não tinham a menor culpa disso. Para tê-las, era fácil, bastava fechar os olhos. Mas eu não era apegado a mim. Não havia nem apaixonado por mim ainda. E não iria me apaixonar se não fossem por cada uma que não pude ter perto de mim. Aí percebi que cinco dias trancados no meu trabalho, na escola, em casa, me traziam preocupação com tudo, menos comigo. E percebia que era a hora de recomeçar. Já tentei de diversas formas recomeçar. E muitas vezes 'ré'-comecei, quando me vi 'voltando' a coisas que me fizeram mal, na busca de resolver de uma vez por todas minha vida e desintalar o que até então escondia meu sol. Pobre de mim que não entendia que se tratava de mortal versus mortal. Sim, um combate entre mortais na certa teria um ferido, que era eu. Hoje só não busco vencer no amor. Vencer uma pessoa que quero que me ame, quanta burrada! Vira uma busca obcessiva, doentia, não vivo e nem deixo o outro viver. Agora sim comecei entender qual é a jogada. E finalizo esse post com uma frase conhecida: "Não  permita que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda de empurra para frente." Não é?

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 24 de julho de 2011

Falando de amor... (Por Ana Schwarz)

Prefácio

Pessoas especias entram e saem todos os dias das nossas vidas. Mas não é por isso que devemos ter medo de perdê-las, mas sim orgulho por tê-las conhecido. Dedico esse humilde espaço do meu blog à uma nova amiga, que a cada dia que passa me fascina, me encanta e me apaixona. Nos conhecemos a aproximadamente um mês pela rede social TWITTER, confiram lá quanta coisa bacana escreve a @_anaschwarz - e claro, serão sempre bem vindos novos seguidores, não é Ana? Com ela aprendi que sofreremos com a partida de algumas pessoas, mas isso não é o mais importante. Importam mesmo as pessoas que chegam, com sua emoções parecidas com as nossas e ao mesmo tempo diferentes. Essas sim são mestres na arte de viver. Bom, e além de ter sido presenteado com essa amizade, também recebi um post de sua autoria, que a cada palavra me fez sentir uma nova emoção. Confiram abaixo! E reflitam sobre esse sentimento nobre e indomável que é o Amor... ;) (Por GVMJunior - @juniorkjuru)


“É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.” (Guimarães Rosa)




É um pouco tenso falar de amor doído... Tenho receio que ao invés de escrever, começar a chorar. É um sentimento que machuca demais, porque você sabe que todas as suas tentativas para que desse certo foram em vão. E o que resta é só um coração ferido que dói a cada vez que pulsa.  Mas pergunto: “se dói é sinal que a ferida não se fechou?” Infelizmente é. Você pensa muito na outra pessoa e ao mesmo tempo se questiona porque não esta ao lado dela. Você se faz inúmeras perguntas, onde as respostas que a vida te dá não são as que você queria ouvir. Você procura aonde que foi o seu erro, mas não acha. Você tenta esquecer, mas de certa forma esse sentimento ferido ainda é muito importante...

Quantas vezes seu amor não foi correspondido da maneira que você gostaria? Quantas vezes você já chorou pensando na pessoa amada? Quantas vezes você já quis deixar de amar e não conseguiu? Quantas vezes você quis esquecer uma pessoa e não esqueceu? Quantas vezes você já sofreu de amor, mas continuou vivendo?

Pra mim em particular é muito difícil esquecer uma pessoa, pois o meu jeito de amar parece ser mais intenso do que todos os outros que eu conheço. Sim, sou muita intensa e digo que amo profundamente, por mais que eu saiba que vou sofrer e por mais que tenha grandes decepções.
Às vezes os sentimentos estão perto demais e há pequenos empecilhos que os fazem ficar distante. Às vezes até mesmo o medo de falar o que se sente. Quantos corações não são partidos, pelo simples fato das pessoas não expressarem seus sentimentos? Acho que as pessoas não devem guardar sentimentos só pra si mesmas. Além de fazer mal pro coração, a pessoa não vai saber se tem chances de ser feliz com a pessoa que ela quer.
Me considero uma eterna apaixonada mesmo quando não estou gostando de alguém, porque o importante e  necessário é amar a vida intensamente e em primeiro lugar ter amor por si mesmo, pois só assim você estará pronto para amar uma outra pessoa.

(Por Ana Schwarz)

sábado, 23 de julho de 2011

O mundo precisa saber o quão forte somos

“Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa aos poucos de ser resto, e passa a ser minha vida [...]” (Tati Bernardi)



É preciso calma em diversas situações de nossas vidas, assim como para vencer um relacionamento é preciso encontrar força interior. As pessoas são inconstantes, aliás, nós somos inconstantes. Camuflamos nossa crueldade na palavra sinceridade, nossa covardia na palavra paz, nossas frustrações amorosas numa falsa felicidade, e o pior, nos revoltamos contra todos, inclusive àqueles que chegam devagar com a melhor das intenções. O fato de você não dizer tudo o que pensa pode sim te levar ao precipício, assim como quem diz tudo o que pensa leva a única coisa que poderia chamar de sua ao precipício: sua reputação. Somos o que falamos, pois as pessoas que não nos conhecem têm a nítida impressão que fazemos coisas escandalosas ou bem discretas que rascunhamos por aí. As palavras têm força, por isso precisamos medí-las sempre, afinal nunca se sabe se teremos que engolí-las algum dia. E sentimos também o que pensamos. Faça o teste! Pense numa pessoa perfeita ao seu lado, em momentos grandiosos, em puro amor. Pense agora em alguém que você tanto admira tomando essa pessoa de você, te traindo e levando aquilo que você julgava ter tanto valor. Dá um sentimento de mistura, mistura de raiva, dor, revolta... Interessante entender a ligação que se dá entre nossos pensamentos e nosso organismo. Produzimos substâncias defensoras ou tóxicas, nocivas ou não ao nosso corpo, e manipulamos indiretamente a nossa imunidade. Científico isso! Na certa, você deve estar se perguntando: cadê a força que o mundo precisa saber que achei que leria aqui? A resposta é: essa força não existe em nenhum lugar além de dentro nós! 

O sofrimento nos anula. A falta de graça na vida também. Não quero mais ser anulado pelo meu próprio organismo, faço o possível para não fixar em pensamentos obscuros, mas quando percebo já é tarde. Me adoeço com o ódio, com a dor, com o falso amor. Por isso, não pretendo mais me iludir com minhas expectativas. Elas que se danem. Pretendo morrer de Esperança, ela sim poderá me fazer ter algo melhor. Quando tenho uma expectativa, logo percebo que fantasiei demais. Mas a Esperança existe para me dar um chão de humildade, para que caso haja decepções no caminho eu respire aliviado e reflita: 'esperei mais'. A expectativa não, ela acaba com a gente. Ela nem nos faz refletir, ela nos faz sentir culpa com a famosa frase: 'como eu sou idiota!'. Um dia a gente aprende que quando pretendemos não ser tão ingênuos nas relações ainda estamos sendo ingênuos demais, pois temos a expectativa, carregamos a dor, o medo, a desconfiança. A Esperança é a chave, porque ela te permite sorrir em meio a tanta desordem que se encontrava seu coração. É uma ótima aliada. Sabe quando chega uma visita e você corre pra ajeitar a casa, seu quarto, sua sala, seu trabalho, e aí você consegue colocar tudo em ordem à tempo? Então, coisa da Esperança. Já a expectativa te engana, é como se esperasse uma visita indesejada, corre pra lá e pra cá sem saber o que fazer, e no final varre todo o lixo para debaixo do tapete. E quem se extrapola todo no final somos nós. Espere menos das pessoas, mas nunca perca a esperança nelas. Esse é o jeitinho fácil de mostrar ao mundo o quão forte somos. Acreditar numa amizade que vá te auxiliar em algo na sua vida é bem diferente de achar que as pessoas têm a obrigação. Assim como acreditar que o amor e a felicidade pousarão suavemente em nossos ombros não quando quisermos, mas sim quando estivermos preparados, e é claro, quando merecermos...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os tempos mudaram, a gente também

"Às vezes acho que nasci na década errada...Tenho princípios que já se perderam, amo coisas que já não se dá mais valor..."




Sempre sonhei com uma tarde a dois, um vinho, olhares apaixonados se cruzando, música de fundo. Ou até mesmo um pô-do-sol em meio à farra, violão, agradáveis assuntos, suspiros, sorrisos... Os tempos mudaram. Não se produzem amigos e namoros como antigamente. Tá tudo tão diferente! Não, não, engano meu. Eu que nasci em uma época diferente, talvez até indevida. Sinto isso! Tenho princípios que já não se valorizam mais, acredito em coisas que pra muitos nem existem, procuro sentimentos que as pessoas nem fazem ideia. Tenho amores platônicos, choro escondido, escrevo cartas de amor, ouço canções antigas no estilo anos 70 e acho o máximo! Não sei o que isso significa, sabe... Só sei que me faltou coragem pra muita coisa, e ainda vai faltar. Principalmente para dizer adeus. Tenho o vício de dizer que esqueço fácil, mas é mais um dos fabulosos mecanismos de defesa que carrego. Não sei me desapegar a pessoas como se fossem coisas, e talvez eu nem queira me desapegar. Talvez eu queira tê-las por perto, só pra sentir o cheiro de longe, só pr'aquela sensação de estar vivo pulsar com vontade em mim. A dor, não é mesmo? Um sentimento que nos mostra que estamos vivos. Felizmente, ou infelizmente, não sei chorar por mais de um dia. Há muita vida pela frente pra ficar derramando o brilho dos nossos olhos por aí! Em dias como esse, 20 de julho, que se comemora a união singela das pessoas, não espero muito de ninguém. Espero apenas sentir a necessidade de demonstrar a quem realmente vale a pena. Um fato: muita coisa que antes julgávamos imensamente importantes aos poucos viram pó no filtro das lembranças. Enquanto outras, que nem sequer prestamos a atenção, vão ganhando força, porque um dia aprendemos a gostar de quem nos quer bem e de quem nos prova amor. E é isso que complica, querer que nos provem amor... do nosso jeito! A saída é tentar criar menos expectativas...

Fatos sobre mim: há tempos me cansei de procurar o amor, agora ele que me encontre! E isso vale para as boas amizades também. Afinal, os tempos mudaram, e a gente também. E finalizo esse post com um Feliz Dia do Amigo! Ou melhor, pós dia, dia de filtrar os amigos. Aproveite e filtre os seus. Porque no amor e na amizade só importa sinceridade e qualidade! O resto, bom, ninguém nunca precisou de restos pra ser feliz...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quase



"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência; porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

(Por Sarah Westphal)

domingo, 17 de julho de 2011

Felicidade

A Felicidade está no caminho e com quem nos acompanha na caminhada. A linha de chegada é uma mera ilusão do nosso coração...


Pessoas especiais de repente chegam em nossas vidas. Pessoas que sabem como alegrar nosso dia com um simples aparecer. Não, elas não precisam dizer nada, não precisam falar nada, basta a certeza que elas estão ali. Quando se é saudável psicologicamente, a gente sabe que de alguma forma também somos especiais para elas, e mais, conhecemos os limites das pessoas, e o medo que todos carregamos de 'incomodar'. Sinceramente, tenho muito medo de incomodar, mas adoro ser incomodado! E sei que muita gente também gosta. Se eu pudesse ser presença, é claro que adotaria outras formas de vida só pra aparecer mais vezes. Para mim, a melhor fase em nossas vidas é quando estamos repletos de amigos, de amores, de atenção. A vida pulsa de uma forma imensamente louca. Dá vontade de dançar sem música, de gritar pra todo mundo que estamos felizes. Estamos, porque acho que 'somos' soaria pesado demais. Se eu fosse obrigado a escolher entre as atenções que recebo, não conseguiria, porque além de escassas, são essenciais demais... Meus amigos sabem que são meus amigos, porque eu os digo, mesmo que sutilmente. E meus amores também sabem, o problema é que muitas vezes eles não sentem o mesmo por mim...

Fiz uma lista de muitas coisas que quero fazer antes de morrer. Uma delas é flertar em excesso, sem medo de ser multado por isso. Ainda que tudo dê errado, há um futuro que pode dar certo nas mudanças. Uma nova esperança. Não me prendo mais a amores que sinto que não vão adiante. Porque a gente sente, basta confiar. Intuição, não é isso? Mas nunca tente isso bêbado, por favor! O álcool nos faz pensar que sabemos tudo, conhecemos todos, aprendemos o bastante. Ah, se você não bebe, excesso de qualquer coisa dá na mesma, faz-se quebrar um pouco a intuição...

Drummond uma vez disse que ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. Eu sou feliz por vários motivos, só não sei quais são eles. Talvez minha felicidade não seja autêntica, mas ela existe. A dúvida me faz feliz, e me faz rir, e me faz chorar. Mas a minha felicidade é maior que essa crise de status. Minha felicidade existe por acreditar que o talvez tem grande chance de se tornar algo perfeito. Matematicamente falando, as porcentagens de eu estar bem são maiores sempre. Tudo questão de sorte, mas o que os viciados em jogos fazem? Apostam sem dó de perderem tudo o que possuem. A fonte da vida deles talvez seja essa probabilidade das coisas darem certo. É, boa explicação para o momento...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Todos os dias a sorte vem pra você

"A felicidade é como uma borboleta. Quanto mais você a persegue, mais ela se esquiva. Mas se você voltar sua atenção para outras coisas ela virá pousar calmamente nos seus ombros" (Thoreau).



Temos pressa em ser feliz, temos ânsia por satisfação, queremos estar com um amor do lado, com a saúde no auge, com a família reunida, com os amigos na cola, com os problemas resolvidos, com a atenção voltada para nós. Queremos o reconhecimento em tudo o que fazemos. Não me lembro de ter vivido tudo isso de uma só vez. Mas é bom ter sido dessa forma, sabe... Eu não teria a capacidade de dar atenção a toda essa felicidade. E a deixaria escapar aos poucos, até notar o quanto era feliz e não sabia. A sorte bate à nossa porta todos os dias. Mas estamos tão preocupados com outras coisas que não sabemos valorizar, nem tampouco notar as preciosidades que existem em nossa vida. Precisamos é dar a devida atenção a cada acontecimento. Seu amor pode estar do seu lado, esperando você notá-lo. A gente colocou na cabeça que nosso amor está longe, ou talvez se esconde de nós. E ficamos esperando a hora certa pra ser feliz. Somos nós que nos enganamos, vivemos de expectativas e não aprendemos a amar o que nos foi dado. Um dia, quando perdemos a saúde, esperamos o retorno dela para aproveitar a vida. Se perdemos um grande amor, esperamos nos sentir melhores para começar a se cuidar. Se estamos com problemas familiares, nos afastamos ou rezamos para que tudo fique bem, mas não conseguimos seguir sem olhar pra trás, sem o medo de coisas piores acontecerem. Cada uma dessas coisas nos tira um pouco de energia, um pouco de tempo, um pouco de atenção. Não dá pra ser feliz por inteiro, do contrário, sem queixas não teríamos o combustível que nos faz seguir em frente: o desejo. Desejar, sonhar, querer é diferente de esperar. Expectativas, de alguma forma, são sentimentos de que as coisas caiam do céu da nossa maneira. Isso não existe. Somos nós quem manipulamos as coisas a nosso favor, ou não... Absolutamente ninguém poderá me mostrar a minha sorte, a minha felicidade, apenas eu...

Decidi por mim mesmo correr atrás daquilo que eu acreditava. Corri riscos, perdi pessoas, coisas, sonhos... Decidi por mim mesmo abandonar cada pedacinho de felicidade em busca de algo que eu não conhecia, mas acreditava ser maior e mais duradouro. Até o dia que entendi que minha vontade de abandonar o que eu já tinha para conquistar coisas que não conhecia teria como rota final aquilo que eu já possuía antes. Só que em menor quantidade e intensidade. Quantas pessoas abandonamos porque as jugamos pouco? E no fim percebemos que são pessoas que sempre estiveram do nosso lado, e sempre estarão. Um dia vivenciei isso, e perguntei: - Poxa, você sempre esteve do meu lado, perguntando sobre minha vida, se preocupando comigo, e eu nem aí pra você. Porque não me deixou? E fui surpreendido com a resposta: - Procurei te amar quando você menos merecia, pois notei que era a hora que você mais precisava...

Um dia a gente aprende a amar não com os olhos, mas com o coração. Aprende também que por mais que estamos perdidos, alguém está à nossa procura. Aprende que quanto mais distante queremos ficar, mais nos aproximamos. E que o amor existe, e que o amor dá a vida, e que se não nos cuidarmos, o amor nos destrói. Aprende que amar exige força, coragem, disciplina, escuta, boa conduta, perseverança e sorte. Porque o caminho do amor sempre vai  se encontrar com o da dor. A gente aprende que dizer eu te amo é fácil, difícil é sentir isso. Aprende que as pessoas vão nos querer, vão demonstrar sentimentos, vão se declarar, e talvez fiquem por tempos e tempos, ou até pelo resto de nossas vidas, mas elas nunca serão propriedade nossa. E entende o quanto somos responsáveis por aqueles que nos admiram, mesmo que estejamos repletos de defeitos. Aprendemos a orar por aqueles que não nos agradam, pois só assim pra que possamos engolí-los, suportá-los, sem o desejo de vingança. Aprende também que ter compaixão é mais nobre que ter raiva. Um dia aprendemos a valorizar aquilo que temos, a dar mais atenção aos que nos amam, a ser mais calmos com nossos familiares, a respeitar nossos sentimentos, nosso corpo, nosso bolso. Aprendemos que a impulsividade só nos faz dar arrancos, nunca passos. Um dia aprendemos a olhar para as pessoas além do que elas aparentam, além do que elas fazem, além do que elas têm. E percebemos que temos muito mais características e valores do que aqueles que nos foi ensinado, e aprendemos muito mais do que pretendíamos, e choramos mais do que suportaríamos, e festejamos mais do que o panejávamos, e sorrimos mais do que esperávamos, e sentimos mais felicidade nas lembranças do que naqueles momentos passados. E isso é ser gente, é ser sentimento, é ser vivido, é ser você...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Doenças Físicas com Causas Emocionais

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico...





O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração infarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade...



Preste atenção!
O plantio é livre, a colheita, obrigatória... Preste atenção no que você está plantando, pois será a mesma coisa que irá colher!