segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Remendado

"Tinha esquecido do perigo que é colocar o seu coração nas mãos do outro e dizer: toma, faz o que quiser." (Caio Fernando Abreu)





Já chorei por pessoas desconhecidas. Fui corroído algumas vezes pelo quase amor. Segui minha intuição achando que fazia o melhor, o correto, achando que percorria o devido caminho, até perceber que se tratava da minha neurose, do meu medo, do meu passado. Fui feito carne e osso, e mesmo assim ainda procuro entender porquê tenho que querer acertar em tudo. Sei perfeitamente me desculpar e faço isso com uma grande dose de verdade. Já confundi saudade com ansiedade. Acreditei que era dor, mas era susto. Pensei ser mágoa, mas percebia um certo orgulho. Afastei a felicidade de mim várias vezes, não por hipocrisia, mas por não me achar merecedor em alguns momentos da minha vida. Sou difícil de lidar, mas fácil de ser conquistado. Sei bem onde, quando e como me encontrar nas entrelinhas. Assim como sei me perder em algumas ocasiões. Assim como sei me perder em algumas. Assim como sei me perder...

Por muitas vezes as pessoas vão querer fazer você se sentir o pior ser humano do mundo. Mas cabe apenas a você decidir se isso tem ou não tem alguma veracidade. Racionalizar alivia, nos faz seguir em frente, mas na boa, não resolve. Cristalizamos alguns sentimentos, engessamos algumas emoções, mas jamais poderemos dizer se, de fato, está tudo em plena paz. Se eu pudesse me resumir em uma única palavra no dia de hoje, essa seria 'Remendado'. Ao menos, sinto que sou o mesmo. E se me sinto diferente, logo entendo que é culpa dos atos, dos sentimentos, dos pensamentos, dos pontos de vista, das palavras... fragilizados e reconstituídos por teimosia e força de vontade por não saber entregar à derrota meus sonhos, que hoje vejo valerem tanto quanto minh'alma...
.
.
.

Às vezes, o que as pessoas precisam mesmo é de um abraço apertado, daquele que te prende, te sufoca, te protege...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sábado, 20 de agosto de 2011

Ter vinte e poucos anos...



Enfim, se chega aos 20 anos de idade... 21, 22, 23 e assim por diante. Isto é chamado de "crise de um quarto de vida". É quando você para de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso. 

Você pensa sobre onde vai estar daqui a um ano ou dois, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora. Você começa a perceber que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que eram tão próximos não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes. O que você não consegue perceber é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros, ou falsos, mas estão tão confusos quanto você. 

Você olha para seu emprego... E não é nem perto do que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar. 

Suas opiniões se tornaram mais fortes. Você vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando mais do que o usual, porque você percebe que desenvolveu certos limites na sua vida e está constantemente adicionando coisas na sua lista do que é aceitável e o que não é. 

Em um minuto, você está inseguro e no próximo, seguro. Você ri e chora com a maior força da sua vida. Você se sente sozinho, assustado e confuso, de repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para a frente. 

Você tem seu coração quebrado e pensa como alguém que você amava tanto pôde causar tanto estrago em você. Ou você fica deitado na cama e pensa por que você não poderia encontrar alguém decente o suficiente que você queira conhecer melhor. Ou às vezes você ama alguém e ama outro alguém também e não consegue imaginar porque você faz isso, já que você sabe que não é uma má pessoa. Ficar com alguém por uma noite ou galinhar começam a parecer ridículos. Agir como um idiota se torna patético. 

Você sente as mesmas coisas e enfrenta as mesmas questões de novo e de novo, e conversa com seus colegas sobre as mesmas coisas porque você não consegue tomar decisões. Você se preocupa sobre empréstimos, dinheiro, o futuro e construir sua própria vida... E enquanto ganhar a corrida seria maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar! O que você pode não perceber é que todos que lêem isso encontram algo em comum.

Enfim, estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos para ser feliz!


(Fonte: http://www.euodeio2afeira.blogspot.com/)

sábado, 13 de agosto de 2011

Ainda falando de Relacionamento...

Vivemos em um mundo em que os acontecimentos naturais se perderam em meio a tantas coisas artificiais...




Tenho medo daquelas pessoas que começam um relacionamento já pensando no fim, já montando contratos. São pessoas que já sofreram tanto que não sabem mais esperar o melhor. Não são pessoas culpadas, são vítimas das circunstâncias. São pessoas que precisam de tempo, só que ainda não perceberam isso. E é uma árdua tarefa dizer isso a quem gostamos tanto, a quem lutamos tanto, mas que notamos claramente a falta de interesse para com a gente, a reciprocidade. É difícil abrir mão de alguém que mexe tanto com nossos sentimentos, mas às vezes é preciso. A intuição existe para ser usada, para entender o que realmente buscamos. Para mim, o verdadeiro amor possui um pouco de ódio, um pouco de dor acompanhado de angústia. Mas sempre em paz...

Conheço muitas pessoas que não conseguem ficar em um relacionamento por mais de seis meses. Fico admirado pelo motivo do término: 'grude demais'. Fico boqueaberto! Poxa, uma pessoa que manda uma SMS de Bom Dia ou Boa Noite para mim mereceria um Óscar. Em dias corridos, muito trabalho, muitos compromissos, é difícil manter a atenção fixada no telefone. Mas se você recebe uma SMS diariamente, certamente alguém te acha especial. E se você não responde... Bom, há ago de errado com você - não digo 'em' você. Aquela história de 'eu sou frio', 'eu não sou de ligar' é mentira! Quem ama corre atrás, quem gosta cuida, quem quer não arranja desculpas, quem quer ir embora vai pedir 'tempo'. É claro que existem casos e casos, mas se isso existe logo no início, vejo são sintomas de algo que não vai dar certo... Ou vai...

Quando estamos sozinhos, buscamos uma pessoa perfeita, que corresponda às nossas expectativas. Se a encontramos, logo damos um jeito de sumir. Se encontramos alguém que seja o oposto ao que procuramos, logo nos vemos em uma batalha. Queremos modelar as pessoas ao nosso jeito. Isso tá certo? Para mim não... É preciso ser um pouco mais 'desenvolvido' que os outros pra perceber quando temos ao nosso lado uma pessoa bacana. Em outras palavras, metaforicamente falando, só quem é maduro o suficiente sabe dar valor a um diamante e discerní-lo de pequenos cacos de vidro...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E de repente... Relacionamento!

"Lá vem, lá vem, lá vem de novo. Acho que estou gostando de alguém. E é de ti que não me esquecerei..." (Legião Urbana - Giz)



Ultimamente ando parecendo disco velho, arranhado, tocando o mesmo trecho, a mesma música. Relacionamentos tornaram-se jogos. Verdade! Começarei a me explicar com uma palavra mágica: CONFIANÇA. Algo que vem e vai embora fácil, ao meu ver. O que queríamos é ser bem sucedidos em tudo na vida, mas parece que o 'exceto nos relacionamentos' tirou de cena tudo aquilo que estava em minha mente para continuar escrevendo aqui. Não é pessimismo meu, nem seu. São singelas formas de nos machucar menos, criando uma típica zona de conforto que às vezes se parece mais com o muro de Berlim...

Relacionamentos tornam-se jogos quando não nos entregamos por inteiro, por mera desconfiança da reciprocidade. Confiar na lealdade, na fidelidade e até na idade! Tornam-se jogos quando não acreditamos na probabilidade do outro nos amar mais do que nós mesmos. Que feio! É como se duvidássemos da capacidade do outro de amar. Como se só a gente soubesse amar. Muitas vezes, a vontade de ligar no dia seguinte é sufocada pelas experiências passadas. A vontade de procurar é mensurada pelas malditas vezes que não nos procuraram. A atenção oferecida é ligeiramente abandonada só porque ainda não deram sinal de vida pra gente. O que nos mostra que sempre quando achamos que aprendemos com algo, na verdade estamos reproduzindo a dor da dor. Isso não é aprender, é sofrer novamente. É comum a nós mortais encontrar razões até meio ilógicas para o desaparecimento da pessoa que estamos "afim". 'Deve estar sem créditos'. 'Pode estar ocupado'. 'Na certa, vai deixar pra fazer uma surpresa'. Alguém da família morreu'... Racionalizamos os conflitos internos ou desviamos o pensamento; é bem mais fácil lidar com as coisas assim. Porventura, irônico é não saber quando estamos sendo 'amados' também...

Um meio de entrar num bom relacionamento... Um meio, um meio, um meio... Existe? Um meio eu não sei, mas talvez um momento. Talvez quando estiver em paz, talvez quando se cansar e desistir, talvez. Seria um sonho se tivéssemos a certeza de que tudo o que passamos valerá a pena um dia, inclusive no amor. Mas o que vale a pena mesmo é acreditar, só pra gente mesmo, que o amor existe, a pessoa perfeita existe, só pra no final percebermos que tínhamos plena razão. Não precisar contar que acreditamos nisso pra ninguém. Acreditar lá no fundo que a sorte vem, O Dia vem, e que tudo aquilo que sonhamos está bem próximo de ser real. E está.

Verdade sobre mim: me prontifiquei a ser eu. Deixei de esconder palavras que dizem respeito ao que sinto, principalmente em relação às pessoas. Ligo no dia seguinte, dou bom dia, boa noite, olá. Com certeza não sou eu quem perco com isso. O bom de tudo é sentir que se houveram possibilidades para chegar onde queríamos, elas foram usadas. Dó de quem não soube valorizar. E se algumas pessoas se afastarem da sua vida, não fique triste. Pode ser apenas a resposta da oração: LIVRAI-NOS DE TODO MAL... AMÉM!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)