quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Gente

"Sobre todos aqueles que continuam tentando, Deus, derrama teu sol mais luminoso." (Caio Fernando Abreu)


 
Hoje eu vim falar de gente. Essa gente mesmo, do nosso dia-a-dia, que gasta mais horas sorrindo, com pensamento positivo fluindo nos olhos, com a auto-estima que mais parece um sol, que ilumina onde passa. Hoje vim ganhar meu tempo desejando sucesso a quem almeja, e paz a quem precisa. Tô desejando paz principalmente pra quem só sabe viver de picuinha, de montar drama, de relembrar feridas. Porque tudo isso só me aponta detalhes de quem se ama pouco e quem não tem coisa verdadeiramente boa pra se preocupar. Vim agradecer os ombros amigos que surgem de esquinas que mal passamos, as palavras amigas de quem nem conhece a gente direito, os elogios vindos de quem a gente nem acreditava que tinha um coração - mas que nos surpreende ao mostrar que tem, e enorme! E não só falar, mas orar mais pr'aqueles que não acreditam em boas intenções e só veem espinhos em buquês de flores. Aplaudir quem segura a língua, a maldade, o rancor, a inveja, e troca tudo por uma boa caminhada ao entardecer, ao invés de deixar o corpo pagar o pato. Vim dizer pra esses amores malucos virem quentes que eu tô fervendo, porque medo de amar é o que tá em falta aqui em casa. Vim dar boas vindas aos viajantes, oferecer carona aos carentes, e apontar novos rumos aos maus intencionados. E é claro, tô passando pra dar até logo e volte sempre pra quem é aventureiro, desejando boa sorte e deixando de lembrança os bons momentos que tivemos. E só espero uma coisa: que os opostos continuem se atraindo, e que o bem prevaleça. Que as cabecinhas difíceis encontrem as melhores companhias, aquelas que são capazes de fazê-las melhores, não no sentido individualista, mas comunitário. O mundo é uma equipe, gente, e é válido o clichê de que não dá pra ser feliz sozinho. Dá trabalho, e muito, seguir o caminho que transborda o bem, mas a gente vai tentando, e relevando, e perdoando, e transformando mágoa em prece, tristeza em esperança, decepção e fé. Acredito mesmo é na vontade de fazer as pessoas felizes, porque é o que está todos os dias em nossas mãos. Somos livres e temos a capacidade plena de transformar, com gestos, com atos, com silêncios e palavras. Conforme a frase - magnífica! - que li recentemente: Pensar antes de fazer é grátis. Não fazê-lo sai caríssimo. Simples assim.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Natal

 
 
Chega de pesos desnecessários, lenga lenga, conversinha de esquina, leva e traz, papo de gente infeliz. Chega de reclamar de fulano ou ciclano, mostrar os pés atrás que tem com alguém, sorrir com demasia pra quem não se suporta. Natal é recomeço, e pra recomeçar é preciso o mais difícil pra se conviver: aceitar e perdoar. Se nenhum desse itens existe, é melhor tocar o barco pra outro rumo. Todo dia é tempo de travessia. Todo dia é tempo de renascimento. Mas só falar ou escrever não basta, tem que viver. Do contrário, é só mais uma das mentiras de natais. O maior ato de coragem é aceitar uma coisa como ela é sem precisar dar significados. Significado também é defesa. Do que vc precisa se proteger? Do amor que não se sabe se é recíproco? Da amizade que não se quer dividir? Das relações profissionais que não podem se transformar em algo mais íntimo? Ou de ser vc? Natal, antes de tudo, é aniversário de Jesus. Não quero falar de fé, nem testar a fé de ninguém. Mas antes de desejar feliz Natal é preciso conhecer as margens desse dia. Natal existe pra nos fazer lembrar de quem viveu e morreu por um único propósito: as outras pessoas. Pra quem temos vivido? Com que propósito temos vivido? Fica a dica de reflexão pra gente, enfim, encontrar o verdadeiro e íntimo significado de feliz Natal!
 
(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 2 de dezembro de 2012

O que for pra ser, vigore

"Sentei-me ao chão com as minhas insatisfações. Procurei um baú antigo, nos guardados da casa, pra ver se me trazia de volta uma lista de possibilidades. Fraquejei no momento em que um retrato teu me veio à mente. Mas fechei os olhos com força, até que a imagem se esfumaçasse, e jurei pra mim mesmo que não haveria de ser com você, não mais. Porque pra mim, amor que fere não me acrescenta em nada. O que me faz infeliz, eu descarto na hora." (Cris Carvalho)




Irônica a maneira como que em busca de algo de verdade, nos deparamos com tantas mentiras. Quebramos a cara. Nos iludimos assim, de graça, como quem sabe que não vai dar certo, mas insiste assim mesmo nos erros. Parece que quanto mais difícil, maior a vontade. Amor-desafio, eu diria. E, de corajosos que somos, não desistimos. Insistimos no ato de começar o dia bem e logo encontrar uma pequena fenda aberta, de onde saem aqueles malditos sentimentos de abandono. Mas a cada encontro com a solidão, aprendi a agradecer...

Abençoados sejam os momentos que nos salvam de nós mesmos. Do nosso vício de direcionar energia para a palavra-mágoa, a imagem-mágoa, ou a mágoa da felicidade distante. Abençoados sejam nossos amigos, que nos livram por algumas tardes ou noites desse sentimento inferior. Abençoados os bons drinques, que nos alegram instantaneamente. Abençoados os chocolates, os livros e filmes - de ação e suspense, por favor. Abençoada seja a calça folgada como sinal de que você está entrando em forma, e quem sabe não seja a sua melhor forma de existir. E abençoada seja a maneira de compreender que não é necessário ter tanta pressa. Tudo é aos poucos, assim como o amor. É que a gente tem a mania de viver os melhores momentos como se fossem os últimos, o que nem sempre soa tão bem, então aquela sensação de que tudo o que é bom dura pouco bate na porta. Mas apaixonar demora muito, e como demora! Assim como desamar. Assim como decidir que caminho seguir. Assim como demoram quaisquer memórias que nos façam quase desistir de se fazer feliz, se fazer bonito e se dar o devido valor. Demora muito pra gente ser feliz todo o dia, mas a gente aprende. Tem que ter olho pequeno e enxergar muito bem. Tem que ter ouvido que só capta o essencial, e boca que só diz o que for possível de, caso seja necessário, engolir. E não nos esqueçamos que em qualquer relacionamento que estamos, a felicidade é pouco perceptível, até que percamos algo ali. Não vamos perder pra dar valor, não precisamos. E nem vamos nos agarrar àquilo que nos coloca abaixo de zero. Acredite, tem sempre alguém nos querendo bem. Isso sim importa.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Simplifique





Simplifique sua vida: Se não estiver a fim de sair, atenda ao telefone e diga. Se não está bom, diga também. Se tiver algo acontecendo, seja honesto (pois no final, estará sendo mais honesto com você). Não chame um colega de amigo, nem tampouco vice-versa. Não confie em estranhos. Dê mais valor na sua intuição, e para além disso, desconfie dela. Use manteiga de cacau nos lábios em dias muito quentes ou frios. Não critique pessoas que estão surgindo em seu círculo social (aparências enganam e elas podem se tornar seu maior tesouro). Aprenda que suas exigências mudarão conforme a abertura de sua mente. Escute seus pais quando disserem "leve um guarda-chuva" ou "leve uma blusa de frio" ou "não vá". Não pergunte a uma criança se você está bonito quando você estiver de baixo astral. Não espere ser cortejado por alguém que te serviu somente para tapar buracos (pessoas percebem isso e mudam de atitudes para com você). Crie menos expectativas em relação ao outro (pessoas erram, esquecem, não percebem). Não queime o filme de ex ou amigo com quem ainda pretendes reatar laços. Não espere muito do final de semana ou feriados (boas surpresas adoram o acaso). Não deixe as coisas para a última hora, deixe para, no mínimo, faltando umas duas rs. Não mande e-mails ou mensagens contendo informações de terceiros, algumas pessoas podem usar isso contra você. Nunca esqueça sua identidade em casa. Desconfie arduamente das pessoas que tentam te distanciar dos velhos - e verdadeiros - amigos. Tenha mais cuidado com as palavras que usa para se despedir de alguém, podem ser as últimas de ambos. E por fim, opte por não viver programações: a vida foi feita pra ser mais natural.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Passagens



Enquanto o dia nascer, virá com ele a certeza de que tudo o que fiz, tudo em que acreditei e tudo o que se foi sempre tiveram o melhor de mim. Nascerá, ao longe, escondida entre as nuvens, uma esperança que ascenderá luzes onde o olhar já se escureceu. E serei capaz de fazer de novo, acreditar de novo e suportar de novo. Quem vai, que leve consigo tudo aquilo que sufoca, que aperta, que trava, que não surpreende. Mas se quiser deixar alguma coisa, que seja apenas as boas recordações, nada de vestígios de sentimentos doídos atrelados às bordas da alegria recriada. E quem vem, que traga consigo somente a capacidade de se colocar no lugar dos outros. Isso sim é dádiva a ser valorizada. Porque o resto, tudo o que sobra, não passa daquela beleza que sai com sabão e água.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reelabore, reinaure-se, renasça



Não tão rápido, nem tão fácil, muito menos prático como abandonar uma leitura nem um pouco interessante. Amor envolve mil e uma dores, quando não vivido até o fim. Até o último suspiro por um sentimento. Até esvaziar a última gota de sangue dos pulsos - metaforicamente, por favor. Até a mudança das nossas atenções. Se soubéssemos das bolas de neve em que entraríamos, não teríamos aceitado nem um mísero 'oi'. Mas, infinitamente, tá na hora de sair do papel de vítima. Parar de alimentar os pensamentos que nos tornam megalodramáticos, melancólicos, viciados em abstinência de endorfina. E mudar, nem que seja por um minuto, a música de fossa. Que a gente vive em um mundo de expectativas é lógico, embora a todo tempo esqueçamos. Não que gostemos de sofrer, cá pra nós, mas um bocado de sofrimento é como pimenta, diferentemente aproveitada pelos baianos ou pelos japoneses. Cada um sabe como tem que ser temperado, mas aquele velho clichê de que ninguém nasce sabendo é a mais besta verdade que já ouvi. Precisamos sofrer o ardume dos sentimentos pra só assim considerarmos valedor de pena ou não. E não admitamos que sofrer é natural, porque não é, não mais, não neste nosso zeitgeist. O espírito do momento é  o prazer instantâneo, é suportar pouca dor, ou querem abrir mão da eficácia dos medicamentos? Eu quero! E não, não curto sofrimento, nem tampouco aquele provindo das palavras. Mas suporto. Sou resiliente. E creio que todos sejam. Quer uma dica? Elabore seus sentimentos. Suas vontades. Seus planos, suas perdas, seus sonhos, isso mesmo, no pronome possessivo "seu/meu". Elabore não, Reelabore, reinaure-se, renasça. E o "como?" é a frase mais mágica que encontrei em uma quinta-feira nublada de novembro. Não vou dizer que a vida é uma só. Que o tempo passa. Que morreremos. Não mais. Não direi que você é aquilo que você come, que você faz, e não o que você acredita. Precisamos de pouco, sabe... Um pouco que a cada dia se torne mais. Mais paciência ao ouvir. Mais amor ao falar. Mais coragem ao persistir, e ao desistir só aquela coragem que sobrar. Porque sou da geração que persiste porque quer, e depois não precisa culpar ninguém por isso. E que persiste no fácil e ignora o difícil. Essa ideia de que tudo que vem com facilidade se vai com facilidade não me contaminou. E a melhor que consegui produzir foi a de que tudo vai ser diferente se a gente quiser. Se a gente se esforçar. Se a gente acreditar. E o mais essencial, verdadeiro, óbvio, correto, e sei lá mais o que: se a gente fizer. Se a gente se levantar. Se a gente agir. Às vezes, a gente precisa sonhar pra descansar da vida. Mas se a gente não viver e deixar os sonhos descansarem, acho difícil sair do lugar onde tudo dói... até o amor.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Para todos os amores que não chegaram ao final feliz



‎Como pode a palavra FIM, com apenas 3 letrinhas, ser tão significativa na vida da gente... A resposta gira em torno daquilo que doamos nosso tempo, nossa força, nossas expectativas e sentimentos. E só a gente sabe o quanto é doída a dor de partir, de ter que abdicar planos, mundos e tantos fundos. Ah, se soubessem como me sinto quando escolho ir ou abrir mão de algo que um dia foi tão importante - e que ainda continua sendo, por merecer cada palavrinha presente aqui. Mas a verdade é que tudo tem um tempo na vida da gente, assim como a gente tem um tempo na vida das pessoas. Só que a gente esquece. Esquece a voz bem baixinha do coração, que pede pra gente parar. E pede pra respirar. E nos diz, bem devagarzinho, pra não nos assustar, que os ventos estão mudando. Uma mistura de saudade, alívio, medo, amor, dor, arrependimento... e vodca. Muita vodca! Até quando vai durar eu não sei, mas que seja dito o quanto tentei que desse certo, que fosse bom pra nós. Prefiro abençoar aquele sonho que não chegou no final feliz, que se perdeu no meio de tanta coisa miúda - e que, ironicamente, ganhou forma de miudeza também. Abençoar as pessoas que vêm e vão. Abençoar os amores que não deram certo. Abençoar aquela que ainda não foi a minha vez. E esperar. Paz, pra acalmar meu peito. E amor, novinho em folha. Pra bagunçar tudo de novo, me fazendo feliz outra vez!


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 11 de novembro de 2012

Tá na hora de viver novidades


"[...] O meu coração partiu. Para outro lugar." (Gabito Nunes)



"Tá na hora de viver novidades", pensei. Porque de repente me dei conta que há amizades e amizades. Relacionamentos e relacionamentos. Encontros e encontros. Dentre eles, alguns sufocam. Você começa a se fechar em um único mundinho, talvez por medo do que possa vir ou surgir - ou por parecer confortável terras já conhecidas. Mas quando se vê, as coisas se transformam em cimento. Você começa a ser o que as pessoas esperam, não você mesmo, e isso te enforca. Te distancia do que queria realmente ser. As relações começam a ser cristalizadas, programadas. E você passa a já saber, como um dejavú, o que acontecerá no próximo passo, qual será a próxima música. Se você tenta sair um pouco, logo eles querem que você rasteje de volta, e ironicamente ficam felizes com isso. Pode sim haver amor, mas não surpresas. E surpresas é o que move a vida. O que enche o peito de luz. O que dá gás a um balão, para que ele voe mais alto, pra longe, mesmo sabendo que no final ele possa retornar ao ponto de partida. Mesmo que depois de um tempo nada mude, você começa a entender a importância da viagem. E sabe o que é imensamente interessante em um novo relacionamento? Nos primeiros encontros, você se dá a oportunidade de ser uma tela em branco, onde você pinta quem você quer ser. A maioria das pessoas faz isso. Mas enquanto você projeta o que quer ser, escapa-se uma fenda do que você realmente é. E nessa fenda, você vai percebendo o que te impede de se tornar quem realmente você desejaria ser. Herdamos as histórias de amor, de amizade, de cumplicidade, de traição. Herdamos de filmes, novelas, revistas. E perdemos a gloriosa capacidade de ser quem somos. Então compreendo que eu não mudei muito. Estou apenas me redesenhando, apesar de, por diversas vezes, a ponta do lápis quebrar, ou o perder, ou alguém o tomar de mim mesmo. Por tudo isso e mais um pouco, gosto da liberdade. Gosto de críticas. Gosto de como as pessoas me olham, pois só no olhar do outro que consigo me ver, um pouco tremido, embaçado, mas ainda sim consigo ver quem sou. Ou o que esperam de mim. Antes que o outro fale. Antes que o outro julgue. Apenas com o semblante, com meu Eu refletido nos olhos do outro. Rio leve, afinal não sou nem o que o outro vê, nem tampouco o que penso que sou. Sou quantidade, não qualidade. Morro de amor, de saudade, de inveja, de vontade, de sono, de sede, de fome, de pressa, de tanto esperar. Mas aceito com doçura as mortes que a vida tem. As mortes que nos fazem Ser. Porque a gente, a gente pode sim morrer. Agora os sonhos e a esperança... Jamais!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que ficou





Nunca me considerei ingênuo demais porque confiei meu coração às pessoas que mentem. Que enganam. Que traem. Não guardei ressentimento algum, embora ainda que doa um pouco, por aquelas que não me concederam a honra da dança. Que não se adequaram aos meus passos. Que não entenderam meus vazios sem fim. Que não quiseram ficar. Jamais me culpei por aquele amor robusto que se tornou fraquinho quando eu falhei em mantê-lo aceso no peito. Que perdi por poucas palavras. Que abandonei por orgulho, pela descrença em ser feliz. Posso ter caído diversas vezes por um sentimento tão solitário, mas confesso que a cada vez que me levantava eu era maior - e acredite, bem melhor. A humilhação pela presença se espalhou pelo meu corpo por algumas quarentenas sim, estiveram em meus momentos doentes - e quem não teve ao menos um? Valorizei cada sorriso dado e correspondi com os melhores que eu soube dar. Posso até ter sido imensamente tolo ao oferecer esse melhor de mim a quem não merecia, mas ressalto, foi o Meu Melhor. O mais belo e precioso. Sacrifiquei-me, doei-me, e orei a cada segundo não para que as coisas fossem do meu jeito, mas para que acontecesse o necessário, algo que ainda não consigo entender. O que ficou, ficou na memória. No peito, Na saudade. Na fotografia. Quando estou bem, sinto que valeu a pena, mas tenho lá meus momentos de que seria melhor não ter vivido algumas emoções. Se ainda me importa, nem que seja um pouquinho, talvez eu arrisque dizer que foi um sentimento inventado por mim. Mas não, eu sei que não, não foi ilusão. Foi realmente amor.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 4 de novembro de 2012

Desejo maior



Só os românticos desacreditam no amor, porque bem lá no fundo, num lugarzinho desconhecido, existe uma força que pulsa, que geme, que brilha, que faz cócegas e que aperta devagarinho - mas que ninguém pode saber, ainda, que se chama Acreditar. Sobrenome Fé. Família da Esperança. Onde a melhor definição de Amor é o que esperamos dele, e não realmente o que ele possa ser (se é que ele seja alguma coisa). Habita as estranhezas perfeitas, onde a dor e o amor vêm da mesma fonte. Onde se faz possível amar a mesma pessoa mais de uma vez. Um lugar para abrir caminho para o novo, que consiste principalmente em regar o velho, para que sobreviva em paz na nossa memória carente de recordações. Você sabe que está lidando com essa força quando os olhos vazam, acontecendo a entrega plena juntamente com o medo de não ir de encontro total com o que se almeja. Uma casinha de desejos imperceptíveis, como o que desejo a mim, a você, aos outros, à nós...

P.S.: O meu maior desejo é que você sonhe com alguém bem próximo, com quem menos espera, e que passe o dia todo suspirando por esse alguém. Nada de não ver o rosto da pessoa ou achar que é alguém que vem do futuro ou de fora, lamento. Será alguém do seu convívio. Às vezes é preciso ser surpreendido por um Amor de Possibilidade. Então esquece os clichês de gente encantada. Se tiver sorte, você ainda terá mais uns 60 anos pra isso acontecer - começando agora.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sábado, 3 de novembro de 2012

Dias melhores



Tenho agradecido muito pelas novas situações em minha vida: me permiti viver melhor. Me fizeram acreditar que eu fosse uma pessoa de pouca conversa, poucos amigos, poucas histórias pra contar. Acreditei, e eu, que sempre lutei pelos meus ideais, comecei a viver na sombra de outras pessoas. Por ter a obrigação de entender o outro, me sentia no dever de ceder. Então fui vendo meus dias virarem cinza, em que a capacidade de escolha fugia das minhas mãos. Sim, abri mão de muitas coisas pra ver pessoas felizes (e muitas delas, eu tenho certeza que valeu a pena!). Nunca escondi de ninguém que com muitos eu tenho laços, com outros - neste caso, a minoria - prefiros os nós. E o que me fez desatar os nós que me enforcavam foram as pessoas mal agradecidas, os eventos negativos, ou aqueles que ainda não sabem o que querem. O mundo está repleto disso! O incrível é que você inicialmente tem um prejulgamento que pode estar certo, mas o seu dever de entender o homem holístico tornou-se maior que seus direitos de cuidar de si mesmo, de sentir a forma como algo se apresenta aos seus olhos, às suas mãos. Então jogamos ao léu a nossa capacidade de intuição, apostando em teorias. E transformamos uma pessoa comum, ou às vezes não tão boa assim, em amigos, amores, parcerias. E alimentamos a necessidade da presença do outro sem sequer olhar para nós mesmos. Aprendemos o jeito do outro, fazemos de tudo, absolutamente tudo para agradar, e o que nos sobra? Impaciências, tristezas, somatizações. Até que numa tarde comum e ensolarada de agosto, um anjo toca em sua mente, em seus ombros, em seu coração. Você passa a perceber o quão curta é a vida pra se preocupar com insignificâncias. Você aprende, um pouquinho a cada dia, a eliminar tudo aquilo que te trava, te prende ou te sufoca o riso. Você começa a dar valor em você a partir do momento em que decide o que merece. No meu caso, decidi o que eu não merecia. Interessantíssimo com as cores reluzem quando você começa a entrar em sintonia consigo mesmo, é o que, magicamente, tem me acontecido. Quando deixei de dar atenção àquelas vozes que criticavam tudo o que chegava (que poderia sim ser presentes especiais), foi que a luz começou entrar. Perdoei muitos e enormes erros sim. Atitudes estranhas, pessimimos, palavras ao vento, promessas não cumpridas, sorrisos falsos, mentirinhas (das menores até as mais sérias), também. E não, nem pretendo as esquecer. Quem utiliza as palavras como instrumento de trabalho sabe perfeitamente onde se aloja um discurso e a capacidade que ele tem em nos fazer doer, doentes. Comecei a eleger denominadores em comum, que é a forma como as pessoas têm em se vitimizar. "Ninguém me liga, ninguém me ama, ninguém é o bom o bastante pra mim, ninguém...". Grandes distorções cognitivas crescem, enraizam, e tenho plena consciência que este é um dos momentos onde as pessoas presisam de ajuda - excepcionalmente psicológica. Apoio ajuda, não atitudes. Como podem as pessoas não perceberem o muito que fizeram para elas, algo tão óbvio quanto o nascer do dia? A verdade está em querer enxergar sem se fazer sofrer. Essa é uma forma das pessoas se defenderem, eu sei, mas a partir de hoje, fora de uma boa parte da minha vida profissional, não me deixarei levar pelos mecanismos de defesa alheios. Não mais. Eu não preciso ser sempre o primeiro a correr atrás, pedir desculpas, iniciar uma conversa, telefonar, mandar flores, sorrir. Mas sempre, sempre serei o primeiro pr'aqueles que passaram pela minha análise reflexiva de merecimento, porque o que eu tenho de mais importante são as pessoas que amo. E se entre elas, houver uma que viva de apontar defeitos alheios (que muitas vezes não são alheios), não hesitarei em desatar os nós da vida: manterei apenas os laços, fáceis de reatar, fáceis de refazer. Uma laranja podre entre laranjas saudáveis apodrece o cesto inteiro, isso é natural! E por acreditar tanto na força da natureza, dos belos destinos, da felicidade para todos, comecei a concordar com a teoria das águas em algumas situações: contornar obstáculos...

...Melhor é seguir cantando: "[...] Dias melhores pra sempre..." (Jota Quest)

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A necessidade de voar



De nada adianta lutar contra os ventos da mudança, porque por onde ele tiver de passar ele vai passar. Por isso, olho com esperança para cada folha que cai, para cada calafrio que causa, para cada medo que provoca. Quando a gente aprende a ver o tempo como aliado, também aprende a perceber com doçura que tudo o que nos deixa, deixa muito de si, assim como nós ao deixarmos etapas, momentos e pessoas deixamos muito de nós. Nada de preocupações ou culpas sem precisão, pois nem sempre um pássaro que voa está indo embora. Talvez voar por aí proporcione grandes e melhores retornos.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 9 de setembro de 2012

Lamento e reencontro



Por me preocupar tanto com o belo e com o leve para a alma, percebi que me esqueci jogado num cantinho sem nome. Um cantinho úmido, sem luz, habitado por vozes que não falam, por pensamentos que não fluem, por forças que não movem nem uma pena. E quanta pena! Até que desacreditei no amor pra mim. É lindo esperançar os dias, mas mais bonito seria se não houvesse essa pressa de ser feliz. Gosto de ouvir histórias de quem deu certo, e sou apaixonado inclusive por aquelas que trazem essas palavras: enfim deu certo, mas eu esperei muito, e também sofri muito até aqui. Por isso, hoje abandonei qualquer racionalização que queira me acalmar. Permiti me sentir infeliz por uma noite...

Eu tenho vivido de quases que muitos nem sonham entender. Quase amor é uma dádiva para aqueles que sabem contá-lo, escrever sobre ele. E se você não se cansou das minhas palavras, pode ser que tenhamos algo em comum.

Sou muito fácil em gostar, sou sincero em sentir, mas não sou bom em lutar pelo amor de ninguém. Valorizo tanto os sinais humanos que quase faço contato que seres desconhecidos. E percebo que quanto mais eu falo, quanto mais eu penso, e quanto mais eu escrevo, mais distante fico daquilo que quero dizer. Portanto, é preciso ser direto: desapegar dos sentimentos dói tanto! Segurar a emoção, o choro, o suor, o coração é uma tarefa árdua. Quase amar alguém é uma idiotice, mas percebi que tornou-se um hábito que me sustenta no mundo. Há uma forma de ignorar a dor e seguir suportando a minha neurose.

O que quero não está escrito, não pode ser explicado, mas hoje tive uma certeza: não é nada do que eu vivi. Um amor que se parece com o conhecido é pouco, é mínimo, é bobagem. Esqueci mãos, pés, olhos, dentes, pele, cheiro, timbre. Mas não palavras. Ah, aquelas palavras de desculpas tolas para se tentar explicar aquilo que não se formalizou. Percebi que a quantidade de estímulos é o que me segura, o que me faz querer ficar, morar, resistir. Explicações geralmente me provocam o oposto. E por me respeitar, por me amar, por me considerar, por conviver com minha essência e por ainda estar em processo de autoconhecimento, decidi me dar o devido valor. É claro que com muitos deslizes, mas sempre com a tentativa de acerto. Se eu tentei com tantas pessoas, por que eu não tentaria comigo? E assim, após essa discussão nem um pouco inteligível - pelo menos do ponto de vista de leitor - que resolvi abandonar as expectativas, a busca, a esperança, a fé, o amor. Mas só por essa noite, sabe por que? Porque viver pensando demais cansa. Porque amar sozinho dói. Porque o tesão só acontece depois de rituais de gentileza. E porque me tornei, in-felizmente, um comerciante, que oferece amostras grátis de sentimentos a quem chega e só pergunta as horas. E comerciantes, como eu, que têm estampado na cara que pratica-se o "fiado", acabam sendo usados enquanto vale a pena, enquanto convém. E convenhamos: preciso de sorte. Preciso de orações. Preciso de muita luz, muita fé, muita esperança, muito amor. Preciso reencontrar agora todos os afetos que me afetam, que me compõem, para que eu possa me recompor. E foi isso que fiz. Me despi até chegar à minha nudez de sentimento, para que eu pudesse entender qual a minha essência. Há a possibilidade de um vaso de barro não conter barro? Pois é isso que me norteia: embora eu ainda não o tenha, continuo feito de AMOR.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Partir



Sabe quando você passa muito tempo sentado de mal jeito, sobre a perna, e depois não consegue se levantar? Aquela dormência chatinha, que te faz parecer rir de tão sem graça, mas trata-se de um quase choro? É por aí que quero falar. Porém, sobre outra parte do corpo. O coração. O órgão do corpo que a gente menos sente quando "formiga". Debruçamos expectativas sobre o peito que quase nem bombeia sangue pra sobreviver. E a gente cuida de quem está fora, e vai deixando de perceber a importância que se tem por dentro. As batidas do coração enfraquecem, ou não são mais sentidas por causa dessa dormência. E dormem sonhos. E dormem vontades. E dormem aqueles sorrisos de paz. Lembra aquele momento em que você faz uma compra e sai sem o produto? Daí você sente que falta alguma coisa, que está esquecendo de alguma coisa. Até perceber que faltava você! Caramba, como pude esquecer o produto mais valioso, pelo qual gasto minhas energias, meu tempo, meu trabalho? Onde está a gente na hora que a gente mais precisa, meu Deus? E a gente pensa em cair fora, pensa em ficar, pensa se suporta, até que criamos coragem, uma linda coragem de dizer "basta"! Então os órgãos do sentido voltam a trabalhar com a intuição, coisa que nunca, nunquinha, deveria ter deixado de acontecer. E o ouvido melhora, e é claro, a gente ouve melhor até o que não é dito. Pois a gente sabe direitinho quando o coração de outra pessoa não está batendo no ritmo do nosso. Então você decide ir embora, mesmo com medo, mesmo com vontade de ficar, mesmo com vontade de desaparecer, mesmo com aquele Para Sempre transformado em Nunca Mais, mas no fundo algo diz que será melhor. Porque se a gente não escuta os "nãos" do amor a tempo, se a gente não desliga daquilo que não funciona, ou se a gente persiste em algo sem futuro bonito, corremos o risco de perder a história que sempre esperamos viver.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Flor azul



A cada acontecimento, procurava uma explicação para o seu alívio. E ignorava os maus sentimentos, porque para si não era permitido senti-los. Até que ficou cheio, abafado. E se viu no espelho brilhante demais, trabalhado demais, feito um lustre de fino porte. Colorido, bonito, atraente, engraçado, meigo, amoroso, leve aos outros olhares, feito um balão. E vazio, feito um balão. Procurava entender de onde vinha essa tristeza, e a nomeou angústia, pois angústias são sentidas, não explicadas. E começou a perceber suas atitudes diante de dias ruins. Deixou um pouco de lado as explicações e se permitiu decepcionar, chatear, ter raiva, ódio, chorar. O susto pela permissão desses sentimentos paralisava cada músculo da sua face. Foi lindo sentir tudo isso - pensou. Trocou subitamente a palavra lindo por importante. Engrandecedor talvez. E necessário. Não como uma forma constante de olhar as coisas, mas como uma maneira sincera de se viver. E compreendeu que sorrisos sinceros são sementes delicadas, que precisam ser cultivadas com pequenas e cuidadosas doses de sofrimentos elaborados. Estava tornando-se fiel a si. 'Mas pra onde foi essa pessoa que aprendeu a ser gente?' - Alguém perguntou. Regar a flor azul que enfim nasceu.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Semear e colher



Não mereço isso, não poderia ter acontecido aquilo, há algo de errado na minha vida. Obrigado por tudo, a cada dia uma nova surpresa, isso foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos dias. Te amo, não te suporto, fica, vai. Me ajude, bem feito pra você, eu te avisei, estou contigo. Não desista, siga em frente, abra mão, você não vai conseguir. Pensamentos. Atitudes. Energia. Vibração. Por tudo isso, como já disse o poeta, a regra é simples: "se você quer saber o que vai colher amanhã, basta observar o que está semeando hoje."

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Manhã de terça-feira



Era manhã ainda, e havia uma certeza bonita de que o dia seria melhor. As coisas seriam feitas sem aquela porcentagem de exigência que até ontem pairava em tudo e em todos. Como pode sorrir tranquilizar? E então, esqueceu todos os sapatos apertados e passou a caminhar descalço, sem medo de se cortar ou se machucar em algum espinho. A vida estava mais natural. A luz do dia acariciava a pele. Aquelas gotas de tinta acidentalmente derramadas sobre uma ou duas cartas serviram apenas como um sinal para um obsessivo que é escravo da perfeição: melhor não enviá-las, não ainda, não agora. Porque ela poderia fugir ou se assustar. Talvez chamaria isso de liberdade, se não existisse uma vontade de se amarrar, de ficar, de persistir. Mas foi chamado de amor, um lindo amor, e com entrega.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 12 de agosto de 2012

Sentimento presente



Somente quando duas vidas se cruzam por completas é que abre-se a possibilidade de ficar. E completude significa caminhar com o lado certo e errado, sem medo da entrega, sem medo dos diversos rumos que se pode tomar um coração. E aquele momento da escolha, aquele momento em que você percebe que havia tudo para dar errado e dá certo, é que caracteriza uma bela história. A nossa história.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Essência



Por mais que a vida insista em me mostrar seus espinhos, eu prometi voltar meu foco pras flores. Então canto, em todos os cantos. Sorriso é pouco, o que quero e espero espalhar por aí é quase que feitiço bom, serenata de paz, luz multicor. Pr'aqueles que me ofereceram mentiras, tenho minhas verdades guardadas, num cantinho especial chamado esperança. Com um remo chamado amor, navego num barco de fé. Prometi gostar a cada dia mais das pessoas, por mais que algumas insistam em me fazer perder a confiança. Por mais que algumas desfaçam minhas expectativas sobre os sentimentos puros. E por mais que algumas me façam esquecer quem sou. Um dia, a gente entende que enquanto houver perfume, a beleza das flores continuará nos encantando. Mas sem essência, que fique claro, meus olhos não brilham mais.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Os "clicks" da vida




Gosto dos clicks que a vida faz. Em um click você finalmente percebe o que é duradouro e o que é passageiro, o que é com ternura e o que é aventura. É no click que você entende quando está se levando uma vida que te tira a paz. Aprendi que mover céu e terra para alguém é lindo, mas a gente tem que se respeitar. Se lembrar dos nossos valores, princípios, e o essencial: nossos sonhos. Por isso parei de remar contra a maré em mim mesmo. Quem sempre sonhou com a completude, não espera e nem suporta metades. Porque quando você reconhece o seu valor, definitivamente, não é qualquer pouco que te satisfaz.

(Por Geraldo Viela Mano Júnior)

Tempo




Procurei o Tempo para que curasse minha ansiedade, ou me desse a mão para atravessar meus diversos momentos difíceis. Pedi ao Tempo apoio nas horas de pouca fé e desilusão. Gritava por socorro diante da perda da esperança, suplicava para que me fizesse esquecer, implorava bom amor, e o Tempo o tempo todo ali, atento, olhando nos meus olhos. O Tempo me esperou secar as lágrimas e, com um leve sorriso, colocou suavemente a mão direita no meu ombro e disse: - Deixe-me passar...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cuide do que você tem



Cuidar do que temos nas mãos. Valorizar sentimentos oferecidos, pois ao contrário de flores, estes não morrem com tamanha facilidade. Olhar pro céu e agradecer é pouco, é preciso ir além. A regra é simples: o velho ditado 'Tudo que vai, volta' não funciona mais comigo. Se eu for, meu bem, acredite... eu não volto.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Quando se vai um amor



Impossível não seria, se você soubesse me olhar nos olhos e enxergar amor transbordando em mim. De tão intenso, talvez eu não pudesse demostrar que adoraria te ter ao meu lado com aquele Para Sempre que aprendemos logo na infância. Tudo bem. De nada vai adiantar eu ficar fazendo careta pras outras pessoas que entram e saem da sua vida. Vou repetir: entram e saem. Já não acredito mais em paixão que anula, porque a partir de agora você me ensinou a amar. A me amar. E a dar um passo de cada vez, respeitando o tempo que me chama pra ser feliz sempre que sol aparece ou que uma nuvem paira no céu. Não estou abrindo mão desse amor bonito de saborear, gostoso de viver, e um pouco doído de sentir. Deixo a vida trazer os melhores presentes. E por saber que alguns presentes veem com defeito, te deixo voltar de onde veio, para que venha ser perfeito como jamais deixei de acreditar. Vá com Deus, ok? Não se esqueça que vou te esperar... só que agora pelo tempo que eu quiser.


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

O Presente



De repente, bateu uma sensação de que hoje é um dia especial. Não por hoje ser hoje, nem por hoje ser mais um dia. Hoje é O Dia. O momento presente, aquele que não te oferece nada, mas que espera que você o oferte algo bom. Inúmeros sentimentos, todos espalhados sobre a mesa. Difícil decisão sobre qual desses presentes escolher e oferecer. Fiz um embrulho bonito, com laço verde mata, de cetim. Embalagem azul brilhante, feito céu. Dentro coloquei a fé, que ocupou quase todo o espaço. Ao redor, coube algumas sementes: sorrisos, amores, esperanças, verdades, gentilezas. E rezei baixinho, só pra Deus ouvir. Tudo feito, entreguei o presente ao meu Presente. E por incrível que pareça, tive a sensação de que uma criança no mundo sorriu.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Sinais



Entender cada gesto, cada mudança, cada atitude. Silêncios também dizem muito. Embora o coração insista, a alma sabe quando é a hora de partir. Por mais que sejamos um pouco pessimistas, acreditar é o que nos move, no guia, nos orienta. Tem dia que é preciso ser e se mostrar frágil, para que as pessoas entendam de uma vez o que somos e o que queremos. Seguir as pistas, enxugar o rosto, sorrir sozinho mesmo quando o que se quer é desabafar. Um dia me ensinaram sobre o trânsito: verde - siga em frente, amarelo - atenção, vermelho - pare. E assim aprendi a ler os sinais. Sinais não mentem. Pessoas... talvez.


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Voar



Reinventei o amor levando a vida devagar, sem muita bagagem e sem pegar carona no desespero. Abri a porta dos sentimentos nobres e decidi esquecer essa mania de amar demais, querer demais, esperar demais. Aceito metades e me tranquilizo toda vez que imagino-as se transformando em inteiros. Dei tempo ao tempo, fechei os olhos e rezei. Um dia me disseram pra manter os pés no chão e, de distraído que sou, retirei toda a poeira da pureza que em mim habita e coloquei alguns grãos de esperança no bolso. E voei.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Aceito e agradeço



Foram muitos dias tentando decifrar cada desencontro, cada perda, cada esquecimento. Até entender que decifrar não era a tarefa principal, mas sim aceitar e agradecer. Pois só foram possíveis as poesias porque alguém se dispôs a se entregar até o seu limite. Fecho os olhos e vejo fé. Vejo luz. Vejo anjos. Um dia a gente entende que cada minuto perdido em prol de um sonho se reveste na realização do mesmo. Porque esperar não é perder tempo. É querer o melhor.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tesouros




Que não percamos a fé nas pessoas, nos sentimentos, nas atitudes. Porque carecemos constantemente de brilhos nos olhos, produzidos pela esperança. Que possamos espalhar luz pelos caminhos, e que sejamos mestres em ensinar e aprender a renovar. E que o destino se encarregue de trazer ao nosso encontro nosso próprio interior, para que possamos distinguir os bons. Tem muita gente bacana no mundo... gente tesouro, eu diria, porque é cavando que a gente encontra.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Florir





Continuar acreditando é o que nos resta depois de tantas dúvidas, tantas desilusões, tantas decepções. Fazer brotar de novo a confiança é a única saída para dar espaços aos bons sentimentos. Que sejam menos penosas as nossas relações, e que um escudo protetor nos afaste de pessoas que nos querem para brincar de sofrer. E se essas pessoas aparecerem, desejo imensamente que não as levemos a sério, e que o anjo mais puro desça e nos proteja. Que possamos cuidar de quem nos ama e nos apaixonar a cada dia mais por essas pessoas, que se preocupam e se importam com a gente. Dar um desconto a essa carência, que nos permite deixar a porta do coração sempre aberta, sem tranca e sem segurança. Que tenhamos sabedoria para distinguir amor de mero encanto. Nada de paixões avassaladoras, porque somos de um tempo em que se acredita em amor bonito e sereno. E se não aparecer a gente inventa, enfeita o caminho e se rega por dentro, até outro amor novinho florir pra gente.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quando a gente decide viver




Te tirar de vista: aos poucos meu coração me dizia que era a forma mais bonita de te esquecer. Lembrar de você sorrindo, ao invés de tê-la por perto, indiferente. Tornar o que sinto mais calmo, até que descanse, porque não acredito na morte dos sentimentos. Mas acredite, não há mais condições para apertos no peito. Por isso decidi viver com o que a vida me oferece, e não mais com a esperança de ter aquilo que tanto implorei...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Talvez



Talvez Deus queira que você conheça muita gente errada antes da pessoa certa, para que quando conhecê-la, afinal, saiba estar verdadeiramente agradecido.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Desejo...




Que minha ânsia por querer dar certo se transforme em paz, e que só me faça vibrar aquilo que for de essência pura, leve e transparente.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Coragem



Lembre-se todos os dias de cada emoção pela coragem que teve em cuidar e se preocupar com alguém. Porque ser feliz é só pr'aqueles que não se acovardaram, mesmo que tantas vezes com todo medo do mundo.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Esperança




Nenhum ontem me fará mudar de ideia em relação ao amor e ao que espero dele. Nenhum. Pois só os desiludidos abrem mão de chegar a algum destino. Eu não. Faço paradas obrigatórias se for preciso, mas prometo não perder a crença de que existe pureza mesmo depois de enfrentar tanta lama. Porque enquanto eu tiver pés para calejarem, terei coração para me encher de Esperança.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Adiante



Preencher espaços de luz. Perseverar na fé. Se há pratos sujos é porque tínhamos o que comer. Se há coração partido é porque tínhamos o que amar. Agradecer e aceitar, mas nunca acomodar-se. Entender que o bom da vida é tirar um tempinho para o que realmente é importante. Deixar o tempo e o amor cuidar de cada passo dado. Esquecer problemas pequenos, mesquinhos, e lembrar que quem tira uma hora do dia para chorar o passado, perde sessenta minutos para viver bem o presente.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Então sorri



Então sorri. Sorri porque o mundo não para diante dos seus problemas. Sorri porque nascemos sozinhos, vivemos na tentativa de nos unir aos outros e deixamos essa vida também só. Sorri porque o amor que você deposita em alguém, de toda forma, só pertence a você. E as lágrimas que você derrama são confidenciais a você e ao seu travesseiro, ou a você e ao espelho do banheiro enquanto você se penteia. Sorri porque você aprendeu a ser forte e se acostumou a viver sem alguém pra te segurar, embora você deseje isso quase sempre, mas desaprendeu a depender das pessoas. Sorri porque a vida é breve, o tempo é curto e as dores e as alegrias, passageiras. E as pessoas, por mais que você não queira, te deixarão. E os sonhos ganharão sempre a cara do seu presente. E não vale mais sofrer por pouco, nem por ninguém que não queira seu bem. Sorri porque é tudo o que lhe resta depois de tanta despedida, de tanta desilusão. Sorri mais que queira e mais que suporte. Porque sorrir é o melhor remédio e a melhor maquiagem. E esqueça um pouquinho por dia, não por hipocrisia, mas por opção, essa solidão que te persegue e te atormenta. Escolhe sorrir. Porque a escolha te tira o direito de culpa e te mostra quem está no comando da sua vida: você. Então sorri...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 3 de junho de 2012

Sentimentos



Confuso... É aquele momento que você pede um amor, e recebe uma paixão. Você pede alguém pertinho, e aparece alguém de longe. Você sonha com alguém mas não vê seu rosto. Você tem pré-selecionadas músicas lindas, mas sua mente estaciona no meio do caminho por não ter pra onde ir. Um dia me disseram que a apaixonar é bem melhor que amar. Discordei. Mas a vida tem uma forma tão irônica de nos ensinar sobre amores, amizades, vida e morte, que comecei a perceber seus sinais.

Primeiramente, aquela frase de que "Quando um não quer dois não brigam" só serve para os apaixonados. Isso é mais que fato! Porque vai amar e o outro não querer pra você ver o rumo que sua vida toma: dor. Dor elevado a 44! Desilusão. O amor é mais brando, corre menos riscos, desenvolve mais a razão e te faz viver coisas habituais como se fosse sempre a primeira vez. Amor é câmera lenta. Amor é casa. Paixão é barraco. É momento. É dia-a-dia. É breve e intenso. É querer e não querer. É dar rumo aos pensamentos mais intensos. É respiração...

Você aprende a vida inteira que será feliz se encontrar um amor. Mas não te ensinam nada sobre a paixão. Te mostram que o amor está ligado à virtude, enquanto a paixão promove o pecado. O que somos, em grande parte de nossas vidas, então? Pecadores em busca da santidade? Por isso tenho deixado de lado todos os ensinamentos sobre o que sentir. E por isso, também me sinto um grande confuso.

Às vezes tenho vontade de perguntar à vida: caramba, por que tu faz isso comigo? E, aos poucos, ela me mostra que para amar não basta querer, tem que estar preparado. Tem que haver reciprocidade. Tem que haver meta, cuja mais importante seja viver para o outro, fazer o outro feliz, anular-se de vez em quando, mas tudo sem perceber, tudo sem se importar, tudo sem se prejudicar. E que se apaixonar é fácil, mas que em alguns momentos haverá um ligeiro desejo de amor. Haverá dias de silêncio e desejo incessante de ser procurado, até não aguentar mais e dar um passo adiante, onde se quer chegar. Amor e paixão têm preços. E pagamos por isso. Um preço inexplicável. E coisas inexplicáveis não são perda de tempo. Na maioria das vezes é o que faz a vida valer a pena.

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Então é isso, dê cores aos sentimentos! Perceba a tempo quão nobre é amar alguém, mesmo que lhe custe sua paz. Lembre-se de cada promessa que fez quando se magoou com alguém, e trate de (des) refazê-las, porque a vida lhe trará frutos parecidos, mas sempre com sabores diferentes. Lembre-se que, assim como livros, a vida também pode ser reinterpretada, e o que um dia enxergamos como dor pode dar espaços à aprendizagem. Acredite na bondade dos corações, mesmo que a maldade também faça parte da condição humana, e dê uma chance a si mesmo. Limpe seu coração para que haja espaço para outro amor entrar. Ou espere. Porque o que é realmente feito para você não terá pressa de chegar.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 27 de maio de 2012

Gosto de você




A vida tem um jeito engraçado de nos mostrar o amor da vida. Porque o amor da vida não tem necessariamente um rosto pré-definido, nem mesmo o corpo, o estilo do cabelo, o cheiro. O amor da vida chega junto com as palavras. Se bem ditas, algo bonito acontece. O amor da vida vem com um olhar. Se estamos dispostos a encontrá-lo, um olhar tranquilo serve. E sobrepõe todos os outros. A vida tem um jeito engraçado de nos mostrar os verdadeiros amigos. Chega daquele clichê de que amigo é pau pra toda obra. Amigos verdadeiros se distanciam, afinal, o mundo não gira em torno da gente, ninguém quer viver sob a sombra de alguém, queremos construir a nossa própria história e ponto. Então amigo de verdade tem lá seus momentos sem a gente. E assim como amigo ajuda, amigo também precisa. E se alguém te procura sempre em busca de um favor, é sinal de que você está melhor que ele. Sem a hipocrisia de amigos interesseiros, porque no final das contas o que vale são as companhias. E a vida também tem um jeito engraçado de realizar nossos sonhos. Você corre atrás de um objetivo por dez anos, e quando desiste, ele vem. Será que é preciso não querer para ter?

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Então é isso. Me sinto um pouco doente, um pouco sem graça, um pouco sem motivo pra vibrar. E sem você. Talvez eu não pareça normal ao querer te dizer tudo o que sinto, mas a verdade é que nem digo. Apenas sinto. Calado. E sigo adiante. Toda vez que meus olhos te veem acontecem coisas que nem palavras traduzem. Coisas muito boas, acredite. E, felizmente, gostar de você não envolve desespero. Não envolve tristeza. Não envolve aquele mini infarto, aqueles olhos tristes. Gostar de você significa saudade. É querer ter perto o que já existe aqui dentro. E lutar para que isso aconteça... Você não é tudo o que quis, mas se parece com aquilo que procuro. Simplicidade. Não é desejo que você venha fácil, mas desejo de que nos encontremos no tempo por muitas e muitas vezes, sem ter medo de partir. É confiar nos sentimentos que aos poucos deposito em você, mesmo que tu não tenhas pedido, trabalhado para conquistá-los ou ao menos faz ideia do que anda acontecendo.

Não me importa se você não sente o mesmo por mim, não pretendo gritar aos ventos que sofro sem você. Porque desistir é uma escolha, e escolhas são silenciosas. Não ligo se eu gosto mais de você, se eu sei muito sobre sua vida, mesmo que não seja você quem tenha me contado. Não me surpreendo se ainda não falamos de alguma coisa que eu queria. Nem me dói saber que em algumas vezes e fui apenas mais um. Porque se não for amor o que eu sinto, é de uma família bastante nobre e especial. Gosto de você, e de quando você só fala de você. E de quando você vai embora sem dizer adeus. E de quando você ressurge do nada. Gosto muito de você por me fazer gostar de mim. Por me fazer lembrar que estou sozinho, e que preciso encontrar alguém especial. Gosto de você porque no dia em que a pessoa especial chegar, você será minha maior lembrança, e serei muito grato, pois talvez você se transforme no degrau em que permaneci por mais tempo até chegar onde sempre quis chegar: no amor a dois.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sábado, 12 de maio de 2012

Que chegue a primavera!

"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar, para poder voltar sempre inteira." (Cecília Meireles)




Tenho motivos para escrever sobre algo que não pode ser substituído por palavras. E a maior verdade de todas é: me permiti. Estou me permitindo. Permito. Assim como nem sempre lembramos como começamos novas amizades, não me lembro quando foi a primeira vez em que tive essa sensação de "ter" e "faltar". Tenho você em pensamento. Falta a sua constante presença. Quem inventou a ambivalência, que pare de brincar com os corações, por favor!

Pensar positivamente, em dias atuais, é tarefa para os fortes. Os céticos denominam "tarefa para os lunáticos". Amo a lua, só para problematizar. E tenho fortes sentimentos pelas distâncias que vivemos, sabe porque? Porque amar é gratuito. Não gosto de você pelo que você possui, mas pelo que você me apresenta. Porque você tem o dom de me ensinar mesmo fazendo tudo errado, mesmo esquecendo de mim, mesmo me chamando pra conversar uma vez no mês. Gosto de você pelo cheiro que você me faz sentir, mesmo que seja apenas uma criação minha. Gosto de você pelo seu jeito criança de ser, porque é esse mesmo jeitinho que me lembra o quão fui feliz quando criança, e o quão feliz ainda posso ser. Gosto de você pela paz e tormento que me dá, e por me fazer acreditar que fomos feitos para caminharmos juntos, embora cada um esteja seguindo rotas diferentes. Gosto de você porque toda vez que eu te vejo eu sinto (me iludo, talvez) que você também gosta um pouquinho de mim. E nota minha presença, mesmo que não demonstre. E sente minha falta, mesmo que não perceba. E me quer além de amigo, mesmo que não aceite. Como eu gostaria de poder citar seu nome todas as manhãs para as pessoas que conheço! E como eu gostaria que você tivesse a certeza de que o que eu escrevo tem a ver com vc...

Que chegue a primavera! Que venha logo essa vontade de amar de novo, de cantar sem motivos, de vestir colorido. Que chegue logo a hora de mostrar o coração pra depois mostrar as pernas. Que as atenções se voltem para as mãos dadas, ao invés da colcha de retalhos solitária que nos esquenta e nos sufoca sem que percebamos a cada inverno. Que desapareça o medo de ser feliz a dois. Que nenhuma bebida tenha mais valor que qualquer relacionamento. Que possamos aprender a deixar partir, assim como as árvores aprenderam a abrir mão de suas folhas a cada troca de estação. Porque tudo tem um tempo de validade, e tomar doses de amores vencidos também pode fazer mal à saúde. E que as pessoas sejam livres para se separarem, mas que antes tenham a consciência do que querem realmente. E saber o que se quer toma muito tempo da gente. Muito.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sábado, 14 de abril de 2012

Saudade



Hoje eu acordei bem assim: uma saudade, uma infinita saudade de tudo o que vivi. Aquela saudade que chega a doer o maxilar, os dentes, as mãos, os dedos dos pés, o couro da cabeça, a ponta do nariz. Saudade do que não vivi. Saudade de quem não apareceu. Saudade de ter saudade de alguém, algum lugar, algum sentimento. Saudade de sentir aquele alívio na garganta após apertá-la sem querer. Hoje me bateu aquele olhar indiferente pra mim mesmo, como se eu não me quisesse mais assim, sozinho. Saudade de ter alguém com quem me preocupar, mais que comigo mesmo. Saudade de uma voz que ainda não ouvi, de um abraço que nunca senti, de alguém que de tão especial, não apareceu. Talvez tenha se esquecido de vir. Talvez tenha perdido as horas. Talvez desconheça relógios, é tanta gente que acha que qualquer coisa no braço incomoda! Talvez tenha me visto sendo feliz com outro alguém, e resolveu voltar depois. Talvez tenha voltado ao remetente, vai saber como andam as entregas pelos correios... Não é todo mundo que sabe dessa saudade que eu tô dizendo, eu sei. Saudade de Natal. Uma saudade diferente, que chega a esfriar a barriga, chega a doer as costas, chega a entupir o nariz. Uma saudade que não significa apenas carência afetiva, mas carência de momentos, de acontecimentos. Sim, essa saudade existe, porque é o tipo de saudade que sinto. Saudade de proteção, de proteger. Saudade de fixação de dois olhos por uma boca, de uma mão por uma cintura, entre quatro pés gelados. Saudade essa que me sustenta mais que a gravidade, que me joga pro alto quando caio, tipo uma mola no fundo de um poço. Saudade de um tudo que se tornou um nada, de uma melodia que perdeu o sentido, de um grito que calou. Saudade de um 'você'. Saudade do destino me pregar peças, de me dar um presente maior do que pedi. Saudade de um 'de repente', de um 'te encontrei', de um 'até que enfim', sei lá. Saudade de saber enxergar quem está ali, bem perto, o tempo inteiro, sem que eu tenha percebido. Saudade de uma coisa mais fácil, de um sentimento mais puro, de um querer estar junto custe o que custar. Saudade de sair dessa inércia, de desacreditar em ilusão e acreditar mais no amor. Saudade de chorar de alegria, de ter um lugar calmo onde eu saiba me perder...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

A pessoa errada


"Não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas… mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. Aquela que te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor… A que vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono. Essa pessoa talvez te magoe e depois te encha de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa. Nada aqui é certo."

(Por Marcos Mello)



... Saudades de você, garota errada! (:

terça-feira, 10 de abril de 2012

Talvez




Talvez tenha sido por um olhar…Talvez por um sorriso…Talvez tenha sido por aquelas palavras ou talvez aquele instante contigo…Talvez um dia estaremos juntos e talvez tudo será esquecido…Talvez possa existir outros momentos e aí quem sabe…Nem tudo estará perdido.


Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

terça-feira, 3 de abril de 2012

O que fazer com o Aquele amor

"O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa." (Martha Medeiros)




Ninguém nunca me pediu pra não cultivar um amor no peito. Nem cultivar uma paixão reprimida. Eu mesmo me peguei puxando minha própria orelha diante de um sentimento sem amarração. Mas faz(ia) bem. É sempre bom ter alguém a quem direcionar o pensamento discretamente salpicado por um suspiro. Não amava porque achava atraente, mas porque acima de qualquer coisa eu necessitava. Não de uma outra pessoa, mas de provar a mim mesmo que ainda era capaz de gostar de alguém. Jamais perdi meu tempo lamentando por romances que não deram certo, ao contrário, sempre os agradeci. Agradecia a "fila andando", literalmente. E agradeci, acima de qualquer realidade, ao poder da imaginação. Vivi momentos fantásticos, amores platônicos, surpresas inusitadas, risos bobos, términos com ar de amizade. Na imaginação tive quem eu sempre quis, o que eu sempre quis, e nunca me neguei isso. E acredito que imaginar um amor é poder se aproximar ao máximo dele sem medo, porque quando a gente acorda só fica a sensação de que foi bom, e nem notamos que era apenas uma brincadeirinha com a gente mesmo...

Às vezes peço a Deus desculpa por esse sentimento menor, mesquinho. Dói, mas tem poesia. Dói, mas tem verdade. Dói de vaidade. Mas logo a dor dá espaço aos novos dias, porque de repente bate um vento e nos lembra que a vida é breve e leve. Logo vem um amor novinho em folha para nos relembrar daquele amor do passado, e pra sacudir a gente pelo braço e dizer rigidamente que agora se trata de uma outra pessoa. Em breve, de alguma forma, aprendemos onde erramos, e o essencial, tentamos não errar tanto. Aliás, desaprendemos a nos culpar e passamos a nos Responsabilizar. Um dia, aquele amor que parecia não caber mais dentro do peito ganha a forma de uma concha que cabe na palma da mão. E o que importa não é o que faremos com ela, mas onde a guardaremos. E em se tratando de conchas, talvez o melhor a se fazer seja devolvê-las ao oceano, do contrário teremos a sensação tê-las perdido por pequenos e insignificantes grãos de areia...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)