segunda-feira, 25 de julho de 2011

Recomeçar

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!" (Fernando Pessoa)



Como quase todo fã de tabloides, também encontramos pessoas em redes sociais desamparadas de algo que possa estar na promoção. Barato, prático, belo, sem muito trabalho pra se conseguir, e o mais interessante: bem pertinho de você! E que irônico, logo nos sentimos parecidos com elas. Isso quando essas pessoas não somos nós mesmos. Esperamos sempre algo legal cair na nossa rede. Às vezes cai. Às vezes somos nós que caimos. E aí começa a novela da vida online. Levar adiante algo que veio fácil pode parecer banal, mas acredito sim em grandes acontecimentos. Grandes e especiais. Uma vez disse Bob Marley: "Sozinho, meu pensamento focaliza em alguém. Deixo-o livre, e de repente meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrário, deixo escapar um sorriso [...]" Claro que ele não tratava do mesmo assunto, a frase continua, mas aqui ela aparece para dar continuidade à minha oratória. Não, não procuramos ninguém para matar o tempo. Mas é invitável pessoas assim aparecerem. Queremos e gostamos de atenção. E quando decidimos nos entregar é tarde, afinal, qualquer um se cansa de tentar, tentar, tentar e apenas tentar. Pra ser mais exato, dói muito dar murros em ponta de faca, e é uma grande perda de tempo nadar para morrer na praia. Mas, de fato, é gostoso sim, tanto pra quem insiste quanto pra quem é procurado. Isso é viver, meu! Aí eu começo a me entender... Procuro pessoas para as minhas horas vivas. E mais que isso, as quero para preencher minhas necessidades. Necessidades, mas jamais o meu vazio. Há coisa mais especial que o vazio da gente? Claro. Mas é real a importância que nosso vazio tem, pois é algo desconhecido até para nós mesmos; e tolice a nossa querer que o outro preencha aquilo que nem sabemos o que nos falta...

Bom, digamos que nós, humanos, vivenciamos coisas parecidas. A perda é uma ladra, nos tira o mapa das nossas mãos. Nos perdemos sim, é inevitável. E necessitamos colocar algo no lugar. Tá entendendo porquê uma pessoa pode mudar tanto após a perda de algo? Mas isso não significa que nosso entendimento deva significar aceitação. Não é algo comum a nós gostar do sofrimento, mas lá no fundo existe uma pontinha de esperança. Esperança na mudança, inclusive do outro. Mas e a nossa mudança, será que alguém espera? O fato de você perder aquilo que mais amou, amar sem ser amado, entender sem ser entendido, pode te levar à infelicidade. Mas acredite, é algo passageiro. Quando acostumamos com uma vida de perdas logo entendemos o quão forte podemos ser, ou parecer. E as pessoas talvez nunca entenderão se estamos realmente sendo ou parecendo fortes, mas admito de uma vez por todas que só quem vive pode saber.

Por muitas vezes me vi apegado demais a pessoas. E elas não tinham a menor culpa disso. Para tê-las, era fácil, bastava fechar os olhos. Mas eu não era apegado a mim. Não havia nem apaixonado por mim ainda. E não iria me apaixonar se não fossem por cada uma que não pude ter perto de mim. Aí percebi que cinco dias trancados no meu trabalho, na escola, em casa, me traziam preocupação com tudo, menos comigo. E percebia que era a hora de recomeçar. Já tentei de diversas formas recomeçar. E muitas vezes 'ré'-comecei, quando me vi 'voltando' a coisas que me fizeram mal, na busca de resolver de uma vez por todas minha vida e desintalar o que até então escondia meu sol. Pobre de mim que não entendia que se tratava de mortal versus mortal. Sim, um combate entre mortais na certa teria um ferido, que era eu. Hoje só não busco vencer no amor. Vencer uma pessoa que quero que me ame, quanta burrada! Vira uma busca obcessiva, doentia, não vivo e nem deixo o outro viver. Agora sim comecei entender qual é a jogada. E finalizo esse post com uma frase conhecida: "Não  permita que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda de empurra para frente." Não é?

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

domingo, 24 de julho de 2011

Falando de amor... (Por Ana Schwarz)

Prefácio

Pessoas especias entram e saem todos os dias das nossas vidas. Mas não é por isso que devemos ter medo de perdê-las, mas sim orgulho por tê-las conhecido. Dedico esse humilde espaço do meu blog à uma nova amiga, que a cada dia que passa me fascina, me encanta e me apaixona. Nos conhecemos a aproximadamente um mês pela rede social TWITTER, confiram lá quanta coisa bacana escreve a @_anaschwarz - e claro, serão sempre bem vindos novos seguidores, não é Ana? Com ela aprendi que sofreremos com a partida de algumas pessoas, mas isso não é o mais importante. Importam mesmo as pessoas que chegam, com sua emoções parecidas com as nossas e ao mesmo tempo diferentes. Essas sim são mestres na arte de viver. Bom, e além de ter sido presenteado com essa amizade, também recebi um post de sua autoria, que a cada palavra me fez sentir uma nova emoção. Confiram abaixo! E reflitam sobre esse sentimento nobre e indomável que é o Amor... ;) (Por GVMJunior - @juniorkjuru)


“É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.” (Guimarães Rosa)




É um pouco tenso falar de amor doído... Tenho receio que ao invés de escrever, começar a chorar. É um sentimento que machuca demais, porque você sabe que todas as suas tentativas para que desse certo foram em vão. E o que resta é só um coração ferido que dói a cada vez que pulsa.  Mas pergunto: “se dói é sinal que a ferida não se fechou?” Infelizmente é. Você pensa muito na outra pessoa e ao mesmo tempo se questiona porque não esta ao lado dela. Você se faz inúmeras perguntas, onde as respostas que a vida te dá não são as que você queria ouvir. Você procura aonde que foi o seu erro, mas não acha. Você tenta esquecer, mas de certa forma esse sentimento ferido ainda é muito importante...

Quantas vezes seu amor não foi correspondido da maneira que você gostaria? Quantas vezes você já chorou pensando na pessoa amada? Quantas vezes você já quis deixar de amar e não conseguiu? Quantas vezes você quis esquecer uma pessoa e não esqueceu? Quantas vezes você já sofreu de amor, mas continuou vivendo?

Pra mim em particular é muito difícil esquecer uma pessoa, pois o meu jeito de amar parece ser mais intenso do que todos os outros que eu conheço. Sim, sou muita intensa e digo que amo profundamente, por mais que eu saiba que vou sofrer e por mais que tenha grandes decepções.
Às vezes os sentimentos estão perto demais e há pequenos empecilhos que os fazem ficar distante. Às vezes até mesmo o medo de falar o que se sente. Quantos corações não são partidos, pelo simples fato das pessoas não expressarem seus sentimentos? Acho que as pessoas não devem guardar sentimentos só pra si mesmas. Além de fazer mal pro coração, a pessoa não vai saber se tem chances de ser feliz com a pessoa que ela quer.
Me considero uma eterna apaixonada mesmo quando não estou gostando de alguém, porque o importante e  necessário é amar a vida intensamente e em primeiro lugar ter amor por si mesmo, pois só assim você estará pronto para amar uma outra pessoa.

(Por Ana Schwarz)

sábado, 23 de julho de 2011

O mundo precisa saber o quão forte somos

“Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa aos poucos de ser resto, e passa a ser minha vida [...]” (Tati Bernardi)



É preciso calma em diversas situações de nossas vidas, assim como para vencer um relacionamento é preciso encontrar força interior. As pessoas são inconstantes, aliás, nós somos inconstantes. Camuflamos nossa crueldade na palavra sinceridade, nossa covardia na palavra paz, nossas frustrações amorosas numa falsa felicidade, e o pior, nos revoltamos contra todos, inclusive àqueles que chegam devagar com a melhor das intenções. O fato de você não dizer tudo o que pensa pode sim te levar ao precipício, assim como quem diz tudo o que pensa leva a única coisa que poderia chamar de sua ao precipício: sua reputação. Somos o que falamos, pois as pessoas que não nos conhecem têm a nítida impressão que fazemos coisas escandalosas ou bem discretas que rascunhamos por aí. As palavras têm força, por isso precisamos medí-las sempre, afinal nunca se sabe se teremos que engolí-las algum dia. E sentimos também o que pensamos. Faça o teste! Pense numa pessoa perfeita ao seu lado, em momentos grandiosos, em puro amor. Pense agora em alguém que você tanto admira tomando essa pessoa de você, te traindo e levando aquilo que você julgava ter tanto valor. Dá um sentimento de mistura, mistura de raiva, dor, revolta... Interessante entender a ligação que se dá entre nossos pensamentos e nosso organismo. Produzimos substâncias defensoras ou tóxicas, nocivas ou não ao nosso corpo, e manipulamos indiretamente a nossa imunidade. Científico isso! Na certa, você deve estar se perguntando: cadê a força que o mundo precisa saber que achei que leria aqui? A resposta é: essa força não existe em nenhum lugar além de dentro nós! 

O sofrimento nos anula. A falta de graça na vida também. Não quero mais ser anulado pelo meu próprio organismo, faço o possível para não fixar em pensamentos obscuros, mas quando percebo já é tarde. Me adoeço com o ódio, com a dor, com o falso amor. Por isso, não pretendo mais me iludir com minhas expectativas. Elas que se danem. Pretendo morrer de Esperança, ela sim poderá me fazer ter algo melhor. Quando tenho uma expectativa, logo percebo que fantasiei demais. Mas a Esperança existe para me dar um chão de humildade, para que caso haja decepções no caminho eu respire aliviado e reflita: 'esperei mais'. A expectativa não, ela acaba com a gente. Ela nem nos faz refletir, ela nos faz sentir culpa com a famosa frase: 'como eu sou idiota!'. Um dia a gente aprende que quando pretendemos não ser tão ingênuos nas relações ainda estamos sendo ingênuos demais, pois temos a expectativa, carregamos a dor, o medo, a desconfiança. A Esperança é a chave, porque ela te permite sorrir em meio a tanta desordem que se encontrava seu coração. É uma ótima aliada. Sabe quando chega uma visita e você corre pra ajeitar a casa, seu quarto, sua sala, seu trabalho, e aí você consegue colocar tudo em ordem à tempo? Então, coisa da Esperança. Já a expectativa te engana, é como se esperasse uma visita indesejada, corre pra lá e pra cá sem saber o que fazer, e no final varre todo o lixo para debaixo do tapete. E quem se extrapola todo no final somos nós. Espere menos das pessoas, mas nunca perca a esperança nelas. Esse é o jeitinho fácil de mostrar ao mundo o quão forte somos. Acreditar numa amizade que vá te auxiliar em algo na sua vida é bem diferente de achar que as pessoas têm a obrigação. Assim como acreditar que o amor e a felicidade pousarão suavemente em nossos ombros não quando quisermos, mas sim quando estivermos preparados, e é claro, quando merecermos...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os tempos mudaram, a gente também

"Às vezes acho que nasci na década errada...Tenho princípios que já se perderam, amo coisas que já não se dá mais valor..."




Sempre sonhei com uma tarde a dois, um vinho, olhares apaixonados se cruzando, música de fundo. Ou até mesmo um pô-do-sol em meio à farra, violão, agradáveis assuntos, suspiros, sorrisos... Os tempos mudaram. Não se produzem amigos e namoros como antigamente. Tá tudo tão diferente! Não, não, engano meu. Eu que nasci em uma época diferente, talvez até indevida. Sinto isso! Tenho princípios que já não se valorizam mais, acredito em coisas que pra muitos nem existem, procuro sentimentos que as pessoas nem fazem ideia. Tenho amores platônicos, choro escondido, escrevo cartas de amor, ouço canções antigas no estilo anos 70 e acho o máximo! Não sei o que isso significa, sabe... Só sei que me faltou coragem pra muita coisa, e ainda vai faltar. Principalmente para dizer adeus. Tenho o vício de dizer que esqueço fácil, mas é mais um dos fabulosos mecanismos de defesa que carrego. Não sei me desapegar a pessoas como se fossem coisas, e talvez eu nem queira me desapegar. Talvez eu queira tê-las por perto, só pra sentir o cheiro de longe, só pr'aquela sensação de estar vivo pulsar com vontade em mim. A dor, não é mesmo? Um sentimento que nos mostra que estamos vivos. Felizmente, ou infelizmente, não sei chorar por mais de um dia. Há muita vida pela frente pra ficar derramando o brilho dos nossos olhos por aí! Em dias como esse, 20 de julho, que se comemora a união singela das pessoas, não espero muito de ninguém. Espero apenas sentir a necessidade de demonstrar a quem realmente vale a pena. Um fato: muita coisa que antes julgávamos imensamente importantes aos poucos viram pó no filtro das lembranças. Enquanto outras, que nem sequer prestamos a atenção, vão ganhando força, porque um dia aprendemos a gostar de quem nos quer bem e de quem nos prova amor. E é isso que complica, querer que nos provem amor... do nosso jeito! A saída é tentar criar menos expectativas...

Fatos sobre mim: há tempos me cansei de procurar o amor, agora ele que me encontre! E isso vale para as boas amizades também. Afinal, os tempos mudaram, e a gente também. E finalizo esse post com um Feliz Dia do Amigo! Ou melhor, pós dia, dia de filtrar os amigos. Aproveite e filtre os seus. Porque no amor e na amizade só importa sinceridade e qualidade! O resto, bom, ninguém nunca precisou de restos pra ser feliz...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quase



"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência; porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

(Por Sarah Westphal)

domingo, 17 de julho de 2011

Felicidade

A Felicidade está no caminho e com quem nos acompanha na caminhada. A linha de chegada é uma mera ilusão do nosso coração...


Pessoas especiais de repente chegam em nossas vidas. Pessoas que sabem como alegrar nosso dia com um simples aparecer. Não, elas não precisam dizer nada, não precisam falar nada, basta a certeza que elas estão ali. Quando se é saudável psicologicamente, a gente sabe que de alguma forma também somos especiais para elas, e mais, conhecemos os limites das pessoas, e o medo que todos carregamos de 'incomodar'. Sinceramente, tenho muito medo de incomodar, mas adoro ser incomodado! E sei que muita gente também gosta. Se eu pudesse ser presença, é claro que adotaria outras formas de vida só pra aparecer mais vezes. Para mim, a melhor fase em nossas vidas é quando estamos repletos de amigos, de amores, de atenção. A vida pulsa de uma forma imensamente louca. Dá vontade de dançar sem música, de gritar pra todo mundo que estamos felizes. Estamos, porque acho que 'somos' soaria pesado demais. Se eu fosse obrigado a escolher entre as atenções que recebo, não conseguiria, porque além de escassas, são essenciais demais... Meus amigos sabem que são meus amigos, porque eu os digo, mesmo que sutilmente. E meus amores também sabem, o problema é que muitas vezes eles não sentem o mesmo por mim...

Fiz uma lista de muitas coisas que quero fazer antes de morrer. Uma delas é flertar em excesso, sem medo de ser multado por isso. Ainda que tudo dê errado, há um futuro que pode dar certo nas mudanças. Uma nova esperança. Não me prendo mais a amores que sinto que não vão adiante. Porque a gente sente, basta confiar. Intuição, não é isso? Mas nunca tente isso bêbado, por favor! O álcool nos faz pensar que sabemos tudo, conhecemos todos, aprendemos o bastante. Ah, se você não bebe, excesso de qualquer coisa dá na mesma, faz-se quebrar um pouco a intuição...

Drummond uma vez disse que ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. Eu sou feliz por vários motivos, só não sei quais são eles. Talvez minha felicidade não seja autêntica, mas ela existe. A dúvida me faz feliz, e me faz rir, e me faz chorar. Mas a minha felicidade é maior que essa crise de status. Minha felicidade existe por acreditar que o talvez tem grande chance de se tornar algo perfeito. Matematicamente falando, as porcentagens de eu estar bem são maiores sempre. Tudo questão de sorte, mas o que os viciados em jogos fazem? Apostam sem dó de perderem tudo o que possuem. A fonte da vida deles talvez seja essa probabilidade das coisas darem certo. É, boa explicação para o momento...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Todos os dias a sorte vem pra você

"A felicidade é como uma borboleta. Quanto mais você a persegue, mais ela se esquiva. Mas se você voltar sua atenção para outras coisas ela virá pousar calmamente nos seus ombros" (Thoreau).



Temos pressa em ser feliz, temos ânsia por satisfação, queremos estar com um amor do lado, com a saúde no auge, com a família reunida, com os amigos na cola, com os problemas resolvidos, com a atenção voltada para nós. Queremos o reconhecimento em tudo o que fazemos. Não me lembro de ter vivido tudo isso de uma só vez. Mas é bom ter sido dessa forma, sabe... Eu não teria a capacidade de dar atenção a toda essa felicidade. E a deixaria escapar aos poucos, até notar o quanto era feliz e não sabia. A sorte bate à nossa porta todos os dias. Mas estamos tão preocupados com outras coisas que não sabemos valorizar, nem tampouco notar as preciosidades que existem em nossa vida. Precisamos é dar a devida atenção a cada acontecimento. Seu amor pode estar do seu lado, esperando você notá-lo. A gente colocou na cabeça que nosso amor está longe, ou talvez se esconde de nós. E ficamos esperando a hora certa pra ser feliz. Somos nós que nos enganamos, vivemos de expectativas e não aprendemos a amar o que nos foi dado. Um dia, quando perdemos a saúde, esperamos o retorno dela para aproveitar a vida. Se perdemos um grande amor, esperamos nos sentir melhores para começar a se cuidar. Se estamos com problemas familiares, nos afastamos ou rezamos para que tudo fique bem, mas não conseguimos seguir sem olhar pra trás, sem o medo de coisas piores acontecerem. Cada uma dessas coisas nos tira um pouco de energia, um pouco de tempo, um pouco de atenção. Não dá pra ser feliz por inteiro, do contrário, sem queixas não teríamos o combustível que nos faz seguir em frente: o desejo. Desejar, sonhar, querer é diferente de esperar. Expectativas, de alguma forma, são sentimentos de que as coisas caiam do céu da nossa maneira. Isso não existe. Somos nós quem manipulamos as coisas a nosso favor, ou não... Absolutamente ninguém poderá me mostrar a minha sorte, a minha felicidade, apenas eu...

Decidi por mim mesmo correr atrás daquilo que eu acreditava. Corri riscos, perdi pessoas, coisas, sonhos... Decidi por mim mesmo abandonar cada pedacinho de felicidade em busca de algo que eu não conhecia, mas acreditava ser maior e mais duradouro. Até o dia que entendi que minha vontade de abandonar o que eu já tinha para conquistar coisas que não conhecia teria como rota final aquilo que eu já possuía antes. Só que em menor quantidade e intensidade. Quantas pessoas abandonamos porque as jugamos pouco? E no fim percebemos que são pessoas que sempre estiveram do nosso lado, e sempre estarão. Um dia vivenciei isso, e perguntei: - Poxa, você sempre esteve do meu lado, perguntando sobre minha vida, se preocupando comigo, e eu nem aí pra você. Porque não me deixou? E fui surpreendido com a resposta: - Procurei te amar quando você menos merecia, pois notei que era a hora que você mais precisava...

Um dia a gente aprende a amar não com os olhos, mas com o coração. Aprende também que por mais que estamos perdidos, alguém está à nossa procura. Aprende que quanto mais distante queremos ficar, mais nos aproximamos. E que o amor existe, e que o amor dá a vida, e que se não nos cuidarmos, o amor nos destrói. Aprende que amar exige força, coragem, disciplina, escuta, boa conduta, perseverança e sorte. Porque o caminho do amor sempre vai  se encontrar com o da dor. A gente aprende que dizer eu te amo é fácil, difícil é sentir isso. Aprende que as pessoas vão nos querer, vão demonstrar sentimentos, vão se declarar, e talvez fiquem por tempos e tempos, ou até pelo resto de nossas vidas, mas elas nunca serão propriedade nossa. E entende o quanto somos responsáveis por aqueles que nos admiram, mesmo que estejamos repletos de defeitos. Aprendemos a orar por aqueles que não nos agradam, pois só assim pra que possamos engolí-los, suportá-los, sem o desejo de vingança. Aprende também que ter compaixão é mais nobre que ter raiva. Um dia aprendemos a valorizar aquilo que temos, a dar mais atenção aos que nos amam, a ser mais calmos com nossos familiares, a respeitar nossos sentimentos, nosso corpo, nosso bolso. Aprendemos que a impulsividade só nos faz dar arrancos, nunca passos. Um dia aprendemos a olhar para as pessoas além do que elas aparentam, além do que elas fazem, além do que elas têm. E percebemos que temos muito mais características e valores do que aqueles que nos foi ensinado, e aprendemos muito mais do que pretendíamos, e choramos mais do que suportaríamos, e festejamos mais do que o panejávamos, e sorrimos mais do que esperávamos, e sentimos mais felicidade nas lembranças do que naqueles momentos passados. E isso é ser gente, é ser sentimento, é ser vivido, é ser você...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Doenças Físicas com Causas Emocionais

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico...





O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração infarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade...



Preste atenção!
O plantio é livre, a colheita, obrigatória... Preste atenção no que você está plantando, pois será a mesma coisa que irá colher!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Restaurando o coração - Viver intensamente

"Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. O romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu" (Luís Fernando Veríssimo).




Depois de alguns tombos, a vida exige da gente mais disciplina, melhores condutas, mais respeito com a gente mesmo. Após a arte de se entregar às relações, de vivenciá-las e de perder todas as boas expectativas possíveis, um caminhão de ideias tenebrosas perambulam sobre nossas cabeças. Inclusive a ideia de não se importar mais com os sentimentos dos outros, de não ser mais bobo, não ser feito de otário, não cair na lábia de ninguém. Nos transformamos em pessoas, ou coisas, ou sei lá o que, amarguradas. Perdemos o sentido de algum ponto que antes acreditávamos existir. Mas acredite, ainda existe. O amor, a amizade ou o parentesco não termina porque você teve más experiências. Ou melhor ilustrando com a velha frase de que 'mesmo que seu coração esteja em pedaços o mundo não para'. Na certa, levaremos algum tempo para deixar curar essa ferida que se formou. E nesse tempo, outras mil maravilhas podem sim acontecer. O que nos fará encontrá-las é a escolha, sempre. Você pode escolher caminhos que já percorreu algum dia, momentos especiais que já não se lembrava mais: ver tv na cama dos pais, pintar o rosto de uma criança e deixar ser pintado, visitar um asilo, tomar chuva sem pressa ou medo de se molhar, comer na cama, sair com amigos, mandar uma mensagem pra alguém que há tempos não conversava, puxar papo com um ex-colega de classe, aprender algo que nunca pensou em fazer, destrinchar de cada música o som de um instrumento e tentar reconhecê-lo, passear de bicicleta, subir num local bem alto só pra admirar a vista, fazer um desenho livre, dançar no quarto, tomar cerveja no bico, escutar muitas piadas, assistir a filmes que goste, ler coisas que lhe agradem, roubar uma flor e dá-la pra alguém... Sabe quando você vê no perfil de uma pessoa, ou que seja no msn, a frase 'vivendo intensamente'? Então, acredito muito nisso. Ninguém precisa fazer muito pra se viver intensamente, basta fazer aquilo que goste sem a intenção de prejudicar alguém. Claro que não é possível uma pessoa com característica introvertida sair fazendo mil loucuras, mas é óbvio que todo mundo tem a capacidade de correr atrás daquilo que lhe faz bem. Ao certo, o sentimento que não é cultivado deixa poderosos mecanismos que nos afastam do mundo, do bem estar, da vida. E lutar contra isso não será tarefa de ninguém além de nós mesmos. As pessoas se esquecem o quão breve é a vida, e de que dela nada se levará. Se esquecem que os pais, os amigos, os irmãos, os colegas de trabalho não estarão conosco por mais de 50 anos, e que o tempo passa, e que iremos nos separar. Triste e desesperador, não?! Mas essa é a vida, e se você é do tipo que procura não pensar nessa hipótese, pode ter certeza que você nunca aprenderá a viver intensamente por achar que as coisas são para sempre, mas sinto muito, não são...

Não me tire a solidão sem em troca me oferecer a verdadeira companhia... Essa é a frase que eu gostaria de carregar na testa. Mas logo penso que seria apenas pra me defender. Ninguém, absoltamente ninguém, tem o manual de como agir perante a gente. E vice versa. Só assim vou entendendo que as pessoas que aparecem em nossas vidas têm intenções parecidas com as nossas, principalmente a de ser feliz no amor. Acredito que ninguém seja bobo o bastante pra perder seu tempo fazendo mal a alguém, afinal é o mesmo tempo que poderia se encontrar o amor da sua vida! E hoje só não confundo mais amor com orgulho ferido. É quase a mesma coisa. Você passa um tempo se relacionando com alguém mas sempre desejando que essa pessoa mude, ou que venha outra melhor pra ocupar o lugar. Ué, até então não há amor, pois amor é também entender os defeitos do outro, e principalmente saber lidar com eles. Mas aí essa pessoa decide ir embora, e o que acontece? Sentimos falta, sofremos, queremos de volta. Mas no fundo só queremos ter a chance de dar a cartada final, talvez em outra ocasião; queremos estar sempre por cima! Pobre de nós, mais uma vez perdemos a oportunidade de encontrar o amor de nossas vidas por criancice, por orgulho, por não saber otimizar nosso tempo. E não deixamos o outro ir por que não queremos sofrer. Quanto egoísmo...

A partir de hoje prometi sempre me perguntar se é amor ou orgulho ferido... Prometi me amar mais, cuidar dos meus pensamentos para que meu corpo também fique feliz. Prometi deixar tudo aquilo que quer ir seguir seu rumo, e mais ainda, prometi pedir para que fique apenas uma vez. Prometi notar onde foi que eu errei e pedir desculpas olhando nos olhos, como também prometi dar uma única chance e deixar as pessoas também terem a oportunidade de se desculpar. Prometi ligar no outro dia uma única vez, e esperar; se não houver respostas, prometi sentir-me bem em pensar que sempre haverão outras pessoas, outras ocasiões, outros amores. Prometi odiar por um dia, e dormir com a certeza de que outro dia novinho em folha existirá pra que eu possa recomeçar sem rancor. Prometi ficar bem com as pessoas que amo a cada anoitecer, pois não sei se o dia de amanhã virá para todos nós. Assim também, prometi ter muito cuidado com as palavras que deixo a alguém, podem ser as últimas e também aquela que me definirá caso eu não esteja aqui pra me defender. Prometi ir a lugares desconhecidos, experimentar novos sabores, sem medo de sair de fininho caso eu não goste. Mas prometi a mim mesmo ser sincero e dizer sutilmente que não gostei. Prometi aproveitar todas as festas e abandonar a dor pra dançar um pouco. Afinal, a dor pode nos esperar chegar em casa. Prometi amar menos vezes, mas sempre com mais intensidade. Prometi me decepcionar, viver a perda, me emocionar. Prometi deixar de ser a sombra das pessoas pra ser protagonista da minha história. Prometi deixar de ser vítima nas diversas situações e, principalmente, entender que se eu quis, eu também fui culpado. Prometi me aceitar do jeito que sou. Prometi me calar quando alguém gritar comigo, as coisas só poderão piorar se eu quiser. Prometi sorrir e responder 'porque você quer saber?' quando eu não estiver afim de contar algo pra alguém. Prometi me preocupar apenas com a opinião dos meus pais, eles sim são pessoas que não pretendo decepcionar. Prometi amar mais meus irmãos e suportá-los, eles também deve me achar entediante às vezes. Prometi ser mais amigo dos meus amigos, e além de tudo, tentar entendê-los, principalmente quando eles não quiserem a minha companhia. Prometi dar o máximo de mim em tudo o que eu fizer, e me orgulhar de mim mesmo, e me envergonhar de mim também. Prometi ser mudança constante. Enfim, a minha maior promessa foi não ser obrigado a fazer tudo aquilo que prometi, pois não pretendo me acorrentar a crenças nem tampouco a opiniões, e sei que sempre farão parte da minha vida os erros, os acertos e a aprendizagem...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

terça-feira, 12 de julho de 2011

O tamanho de uma pessoa

Pessoas sábias falam sobre ideias; Pessoas comuns falam sobre coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas...





Sinceramente, me espanto com a agilidade que passo de sábio a medíocre. Tenho lá meus momentos de recaída... Mas enfim, admito isso. E quem não admite? Bom, aí já não é mais o nosso problema. Na certa você já percebeu do que eu falo aqui: pessoas. Mas preciso dizer sobre elas para que assim possamos refletir sobre nós mesmos. A vida é assim: um dia estamos ótimos, cheios de expectativas, bom humor elevado. Mas aí, por pouquíssima coisa, entramos em crise existencial. O fato é que negar a si mesmo aquilo que é do próprio ser humano virou modinha. Tentar pagar de justo e bom samaritano também. Quando leio textos de autoajuda logo imagino o quanto sou especial, já que esses textos me dão razão em tudo de errado que faço. Poucos são os textos que me dirão pra seguir o caminho da minha conduta ética-moral. Não é possível implicar a todas as pessoas a lei de não fazer ou desejar mal ao outro. Essas leis são válidas a nós, regidos por normas culturais e dúvidas em relação às situações. Quando digo dúvidas, me refiro a pensar hipóteses diante os acontecimentos. Poucos fazem isso. Tornou-se cultural fazer valer apenas meu ponto de vista. O que fazer, o que fazer, o que fazer? Angustiante é pensar que se meu 'disconfiômetro' vive ligado, eu sempre perceberei onde errei, e sentirei culpa, ao contrário de muitos por aí. Porém, mais angustiante ainda é saber que estou errando e ainda continuar no mesmo caminho...

Somos seres diferentes, fato. A mídia adora sensacionalizar o massacre de um cara que surtou. E nós adoramos chamar o possível louco de monstro. Sim, mais uma vez estamos reproduzindo o sentimento de massa. As pessoas são diferentes, volto a dizer. E imagino que seja 'perdida' a vida daquelas pessoas que não vivem essa guerra que a maioria de nós possuímos dentro de si. Essa dúvida de fazer ou não fazer, os riscos que se pode correr. Deve ser terrível não conhecer os dois lados. Se nós que nos questionamos a todo momento nos sentimos sem rumo, imagine uma pessoa sem controle? O real motivo para esse protótipo de discurso é justamente tentar compreender o nosso tamanho. E entender que agiremos de diversas formas, às vezes completamente opostas àquilo que nos foi ensinado. Nessa situação, ninguém tem tamanho único. Vamos falar de pessoas, de coisas, de ideias. Contudo, o que nos define são nossas ações. Se sei que faço mal em julgar e reclamar, porque continuo? Onde está o problema? Num confronto entre duzentas e uma pessoas, você é a certa e considera as outras duzentas erradas... Não lhe resta nenhuma dúvida? Se sua resposta for não, é melhor parar por aqui...

Julgamos o outro fácil fácil, é só esquecer nosso lado obscuro...

Não sou exatamente do tamanho que me vejo, muito menos do que você vê. Sou do tamanho do que faço, do que sinto e do que passei para chegar até aqui, e isso eu chamo simplesmente de Caráter...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cansaço

Foi quando me vi sem a mínima vontade de lutar que me lembrei que só tenho uma vida, e que nela alguém me ama e espera o meu melhor...



Uma verdade: nem sempre levamos a vida que queremos. Outra verdade: mentimos quando discordamos dessa primeira. Tem dia que bate um cansaço tão grande da vida que dá vontade de sumir, hibernar, parar o tempo... Quando tudo se torna tão comum, tão estável, tão chato, queremos logo que a mudança caia do céu. Queremos novidade, queremos adrenalina, queremos arriscar a deixar nosso porto seguro. Há quanto tempo você não sente aquele medo do novo? A partir daí nosso coração começa a pedir algo diferente. Mas você continua aí, sentado, esperando algo de bom aparecer na janela do seu msn. A verdade incomoda, então lá vai mais uma: aqui você não vai encontrar nada além do que já viu... As pessoas de verdade vão te fazer sofrer sim, e você nem sempre vai ser legal pra elas. Mundo virtual só te faz sentir uma coisa, aceitação. Sim, estamos fartos de não sermos aceitos da forma que somos, com toda nossa carga emocional, nosso medo, nossas neuroses e psicoses, nossa chatice, nossa criancisse, nossa inocência, nosso caráter ou falta dele, nossa falta de paciência. Estamos fartos de sentir tristeza sem entender o porquê. Estamos imensamente cansados de tentar decifrar nossas angústias. Então o que fazer?

Se Valorizar e se Permitir...

Primeiramente, reconhecer nosso valor, nossas diferenças, o quanto somos especiais pra alguém, como somos capazes de ser e fazer alguém feliz. Lembrar que temos um espaço e que não estamos de passagem, estamos aqui para construir algo bom. Em segundo plano, permitir sair do comodismo. Todos temos nosso jeito de ser, nossa característica, nossa máscara de persona. E às vezes é isso que nos priva de viver algo novo. E nos incomoda. E nos retém. O segredo é se permitir ser aquilo que você deseja ser, criar coragem, conhecer pessoas, dizer que ama ou que atitude não lhe agradou. O máximo que poderá lhe acontecer é você estar bem consigo mesmo. Um dia percebemos que cansaço é como chute na bunda. De alguma forma vai te jogar pra frente... Mas é claro, você também tem que querer caminhar. Com o seu primeiro passo, por mais insignificante que possa parecer, você verá que já saiu do ponto onde se encontrava, sozinho, da forma que tem que ser...

Cansei de buscar a pessoa perfeita se nem eu mesmo posso ser perfeito sempre. Cansei de chorar pelos cantos, ter pena de mim, buscar alegrias em coisas e pessoas que nada me acrescentariam. Cansei de descontar em meu corpo as desavenças que a vida me ofereceu. Me embebedar, comer porcarias, não praticar exercícios só me fizeram gostar menos de mim. Cansei de implorar atenção, agora vivo em função daquilo que me faz feliz. Me incomodou, me retiro, não vamos discutir com pequenas bobagens. Guardo essa energia pra conquistar meus objetivos, afinal, se trata da mesma energia! Não quer, não brigo, sigo meu caminho com a certeza de que estar só é bem melhor que estar com a pessoa errada, assim não penso desesperadamente em encontrar a pessoa certa. Bateu tristeza? Talvez eu não saiba o que me faz feliz, mas com certeza posso me afastar de tudo aquilo que não me quer e nem me faz bem! ;)


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Eu Desisto




É isso mesmo, entreguei os pontos, não dá mais, acabou... Essa frase soa com tanta força, não é? Mas é verdade, eu desisti mesmo. De um monte de coisas...

Desisti de reclamar de quem não quer aprender. Decidi me concentrar em quem quer. E se você olhar bem direitinho, perto de você tem um monte de gente sedenta de conhecimento.

Desisti de tentar emagrecer para ser igual a todo mundo. Resolvi ter o peso que eu devo ter, por uma questão de saúde, por uma questão de bem estar. Só isso.

Desisti de tentar fazer com que as pessoas pensem do jeito que eu gostaria que elas pensassem. Achei melhor buscar respeitar o outro do jeito que ele é. Imagina se o mundo fosse feito de milhões de pessoas iguais a mim... Ah, isso ia ser um tormento!

Desisti de procurar um emprego perfeito e apaixonante. Achei que estava na hora de me apaixonar pelo meu trabalho e fazer dele o acontecimento mais incrível da minha vida, enquanto ele durar.

Desisti de procurar defeito nas pessoas. Achei que estava na hora de colocar um filtro e só ver o que as pessoas têm de melhor. Defeito todo mundo acha, quero ver achar qualidades em quem parece não tê-las.

Desisti de ter o celular mais “psico-tecno-cibernético” do mercado. Agora eu só quero um telefone, pra falar.
É muito frustrante comprar o mais novo modelo e dias depois ver que ele já foi superado. É pra isso que a indústria trabalha. Aproveitei o gancho e apliquei o conceito também a outros produtos: relógio, computador, máquina fotográfica, carro.

Desisti de impor minha opinião sobre tudo. Decidi que de agora em diante vou ouvir todas as opiniões, mesmo as contrárias, e vou tentar tirar proveito de cada uma delas. É mais barato compartilhar as opiniões do que brigar pra manter só uma.

Desisti de ter tanta pressa. Tudo na vida tem seu tempo, e se não acontecer, não era pra acontecer. Não quer dizer que eu vou “deixar a vida me levar” e parar de correr atrás do que eu acredito, mas não vou me desesperar se eu perder o vôo. Sei lá o que vai acontecer com o avião...

Desisti de correr da chuva. Tem coisa mais bacana que tomar banho de chuva? Há quanto tempo você não sente aquele cheiro de terra molhada? E se o resfriado chegar, qual o problema? Não vai ser o primeiro nem o último.

Desisti de estudar por obrigação. Agora eu faço da leitura um momento de prazer... Cadeira confortável, pezão pra cima, um chocolate quente, minha gata ronronando do lado. Os livros agora ficaram menores e mais fáceis, mesmo que seja a CLT ou a NBR 9004.

Desisti de buscar uma planilha de indicadores toda verdinha. Os índices são assim mesmo, às vezes melhoram, às vezes pioram. Isso é o mundo real. Eu não vou deixar de fazer a gestão sobre eles, mas decidi que não vou mais sofrer por isso. Bons ou ruins eles devem gerar aprendizado e isso é o mais importante.

Desisti de trabalhar para fazer o meu sistema da qualidade ser perfeito. Eu prefiro mantê-lo sob controle, funcionando, ajudando as pessoas, ajudando os processos, dando resultados, mesmo que aos poucos.

Com essa filosofia eu ganhei um monte de parceiros, ao invés de cultivar inimigos. Se eu fosse você, desistia também.


Tem um monte de coisas que você faz, carrega e sente, que não precisa...


(Por Thais Cadorim)

domingo, 10 de julho de 2011

Saudade

Escorre pelos olhos a saudade que já não cabe mais no coração...




Saudade... Sentimento que adora chegar à noite, quando estamos sós. Ela existe pra molhar nosso travesseiro, pra fazer apertar nosso peito, pra calar nossa voz. Se eu pudesse transformá-la em pó, com certeza teria um ataque alérgico. Ora, saudade é o que mais tenho vivido nos últimos tempos. E olha que nem era pra ser assim com os dias breves que venho levando. Mas e quem disse que a saudade está aí pra nós? Ela só quer alguém pra manifestar sua existência e nos mostrar a todo momento que precisamos do que está de fora pra ser feliz. Saudade é na verdade uma falta sem cura, que só ameniza quando se está junto, mas não se pode matá-la. Saudade do que viveu, do que ouviu, do que viu, do que sentiu. Saudade de quem morreu, quem se foi, quem não disse adeus. Saudade de quem partiu, de quem sumiu, de quem correu. Saudade. Sentimento sem nenhuma nobreza, que nos faz perder o ar por não ter dito tudo o que queríamos, por não ter aproveitado mais cada instante, por algo que ainda não vivemos... Claro que é possível sentir saudade daquilo que não vivemos! Basta deitar, imaginar uma, duas, três vezes ou mais momentos que seriam inesquecíveis com alguém especial e logo suspirar de saudade. Como se tivéssemos vivido algo em nosso pensamento que nos trouxe sensações e nos deixou marcas. Felizmente podemos nos satisfazer ao menos em pensamento, pois se não fosse isso talvez perdêssemos a graça de viver. O bom da saudade é isso, ela nos faz lacrimejar e voltar a ter brilho nos olhos antes opacos por viver na escuridão. E é quando você chora que contrai os músculos dos olhos, do rosto, e se faz jovem novamente, e se faz gente novamente, e se faz forte novamente. As pessoas se vão, a saudade fica. O dia termina, a saudade aparece. Se eu tivesse força suficiente, talvez reviveria algumas coisas em minha vida, alguns amores, algumas perdas. Mas pensaria rapidamente e agradeceria, afinal, pra que reviver a perda se já doeu uma vez? Prefiro ficar na minha, tomar bons drinks e quando me deitar, sozinho, suspirar...

E sentir saudade...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Sobreviver ao amor

E hoje "vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre." (Tati Bernardi)






Seu Anjo da Guarda


Quando eu vejo seu sorriso
Lágrimas escorrem por meu rosto e não posso fazê-las voltar
E agora que eu sou mais forte descobri
Como esse mundo se torna frio e abre caminho até minha alma
E eu sei que descobrirei bem no fundo que poderei ser o único

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo que salvar você me mande para o céu

Tudo bem, tudo bem, tudo bem
As estações estão mudando
e as ondas se quebrando
e as estrelas estão caindo todas por nós
Os dias aumentam e as noites diminuem
Eu posso te mostrar que serei o primeiro

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo que salvar você me mande para o céu

Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração
Por favor, não o jogue fora
Por que eu estou aqui por você
Por favor não se vá
Por favor diga que você vai ficar, ficar

Me use como você quiser
Me persua sutilmente só por emoção
E eu sei que ficarei bem
Embora meus céus se tornem cinza

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo se salvar você me envie para o céu...





A gente não erra em amar uma pessoa. A gente erra em esperar que ela nos ame da mesma maneira que a amamos. Foi assim desde a primeira vírgula até a vírgula e ponto. Ponto final eu não digo, embora eu o queira. Mas ninguém sabe as voltas que a vida dá e não serei louco em dizer que comigo nunca acontecerá. A verdade é: te amei da forma mais pura e verdadeira que um homem poderia amar uma mulher. E não recebi nada do que quis, pois caí na besteira das expectativas. Não soube ver suas surpresas, não soubemos esperar a hora certa, quisemos e fizemos tudo apressadamente, com medo de não dar tempo. Não, esse não foi nosso erro, foi a nossa característica, a cara e a lógica do nosso amor. Eu precisei do seu tempo assim como um dia você precisou do meu. Mas que irônico, o tempo das pessoas são diferentes. Enquanto eu vivi um dia você viveu um mês. E não me esperou. Mas por que esperar se eu larguei tua mão? Ninguém foi culpado, ninguém. Assim como o sol se deita sobre a montanha para entardecer e formar o cenário que conhecemos, os acontecimentos se deitaram sobre o que passou e formaram uma nova verdade. Se eu ainda te amo eu não sei. Sei que sinto falta e tenho medo de não encontrar um amor com a cara que já me acostumei. Mas ainda não a quero de volta porque sei que pra você a superação foi mais fácil em público e mais difícil pra você; já eu, não tive essa sorte, foi uma junção de dificuldades. Sei apenas que canto o amor. Canto para as pessoas prestarem mais atenção enquanto estão juntas, enquanto podem fazer alguém feliz. Em mim não penso tanto mais. Eu vivo. Desistir de um grande amor pode ser fatal, mas se estou aqui é porque sobrevivi. E você também...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Não pratico o desapego

"Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá. As coisas dão mal para você aprender a apreciá-las quando estão boas. E às vezes, coisas boas se separam para que coisas melhores ainda se juntem." (Marilyn Monroe)





Não acredito no desapego. Praticar o desapego é procurar razões pra odiar aquilo que mais se amou. Eu quero paz, só isso. Diariamente, recebemos e-mail e lemos coisas que já se tornaram clichês. São frases, pensamentos, parágrafos e textos que nos conduzem a ver o que passou da forma mais estúpida e hipócrita que possa existir. Talvez o que eu escreva não seja diferente, mas acredite, aqui está o meu melhor. Longe de mim fazer pregações de bondade e caridade, não quero isso. Muito menos te fazer se sentir melhor. Estaria no caminho da fábrica do narcisismo, do bem estar único, individual, e foda-se pro resto. Não, esse não sou eu. Procuro me entender escrevendo. E escrevo sem me entender, apenas com o mínimo de conhecimento adquirido ao longo de minhas vivências.

Não são as palavras desaforadas que me farão perceber o que passou de uma forma diferente. São os significados que dei a cada sentimento, a cada escolha, a cada culpa. O que passou foi ruim e foi bom, mas isso não interferiu em sua marca nas lembranças. O que passou tem seus motivos pra ser passado, mas com certeza nem sempre foram escolhas nossas. Os amores, os amigos, os momentos. Pobre de nós que queremos sempre ter a razão, racionalizar o quanto for preciso pra livrarmos da culpa e mantermo-nos psicologicamente saudáveis. A verdade é essa, muitas vezes agimos erroneamente e não sabemos assumir ou aceitar isso. O orgulho é nosso pai, a vergonha nossa mãe, a culpa nossa irmã caçula e a tristeza a irmã mais velha. E nós, quem nos tornamos? Fazemos parte dessa família de sentimentos e vivemos em conflitos. Seguimos as ordens do nosso pai, respeitamos nossa mãe, queremos controlar nossa irmã caçula e somos controlados por nossa irmã mais velha. Não é essa a lei?

Não pratico o desapego, acho isso impossível. Quando me lembro de esquecer, percebo que continuei a pensar. Apenas altero a ordem das minhas prioridades. Quando a ordem está refeita, aí sim tento mais uma vez. E se não deu certo, não me limito a sorrir uma lágrima nem a chorar um sorriso. Se eu tiver uma boa noite de sono, faço tudo diferente, isso se houver o amanhã...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Onde está seu amor?

"Eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho..." (Tati Bernardi)





Tenho sonhos incríveis às vezes, tão reais que me fazem acordar confuso. Principalmente em se tratando de amor. Sonho com pessoas reais que nunca vi. Sim, sonho com meu par, meu amor, e tenho certeza do meu sentimento que ali existe. Quando acordo, logo vejo, não passam de desejos. Para Freud, todo sonhos simboliza um desejo de acontecer ou não. E mais, para ele, sonhos são manifestações do inconsciente, resolução de um problema, de um tormento. Bom, eu não sou Freud, então não preciso concordar. Para mim, sonhos são mistérios. Podem ser um sinal, um aviso. É bom pensar assim. Lógico que não fico fantasiando amor de novela, música de fundo, clipe em câmera lenta, jamais! Amor pra mim existe sim, talvez eu que ainda não tenha vivido. Minha memória sim, essa tadinha, morre de amores. Quando me lembro das situações que vivi, aí sim vêm as cenas mais fantásticas, mais bonitas que as cenas do Titanic, de Um Amor Pra Recordar, de PS: Eu te Amo. Minha memória ama tanto que não me deixa esquecer. Se ao menos eu pudesse ter um pouquinho do que ela vivencia, aí sim talvez eu pudesse dizer que amo. Eu não. Aprendi a me separar dos meus pensamentos, afinal, sou um ser tão incrível que tenho a capacidade de me desprender do meu corpo e ir a lugares inusitados, principalmente durante as celebrações religiosas. Sou craque nisso! Aposto que você também é! Bom, o fato que me assombra e me dá vida é poder imaginar quem é, por onde anda, como é o meu amor. Será que nossos amores estão à nossa procura, assim como estamos em busca deles? Ou será que atualmente vivem em um relacionamento, sentindo-se felizes, amados? Será que eu convivo com meu verdadeiro amor? Ou será que essa é mais uma carga que tenho que aprender a carregar para depois se transformar em outra bagagem da minha memória? O foda é que com isso minha memória vai se tornando cada vez mais exigente, às vezes até insuportável...

O fato de você começar um relacionamento imaginando um fim quer te mostrar aquilo que você tem: medo. E quem não tem? Talvez essa seja a resposta pra quem tanto procura um relacionamento, mas que nunca encontrou satisfação. Mulheres que procuravam um príncipe, mas que só receberam o cavalo; homens que procuravam fadas, mas que só receberam as asinhas e quiseram de toda forma cortá-la para que sua amada fosse a massa social reproduzida, a mulher submissa, a dona de casa... O medo de estar com alguém especial, mas que te faz pensar na perda do tempo em que poderia encontrar alguém melhor, sua 'alma gêmea'. Contudo, muitas vezes você então acaba deixando de aprender a amar e respeitar quem te quer bem. Onde está o seu amor? Bem, se você não sabe, quem sou eu pra saber? Eu procuro o meu também, e caso você o ver por aí diga que mandei um 'oi', e que estou esperando ele lá no final da linha do trem...


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Qual o seu medo?

"Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar." (Fabrício Carpinejar)





A gente vive cada bobeira que às vezes tenho vontade de rir e de chorar. Vivemos como se fôssemos os donos do mundo, pisando em cada ser humano que consideramos pequenos, e julgamo-nos sempre os melhores. Somos seres dignos de compaixão. A cada dia a gente aprende um pouco mais, mas não internalizamos esse pouco porque queremos o muito. O muito, o diferente e o exótico, quando belos aos nossos olhos, nos atrai. A gente se cansa fácil uns dos outros, a gente quer tudo aquilo que nossos olhos não conseguem ver, e não percebemos que estamos a todo momento desistindo de tudo aquilo de lindo que já possuímos em busca daquilo que acreditamos existir. Porque você estica tanto o pescoço quando está em uma roda de amigos, porque você se desliga durante as suas conversas e sua mente viaja para longe, um lugar extremamente vazio? Porque você tem facilidade de amar tudo o que vem de lugares desconhecidos, mas não é capaz de amar aquilo que foi feito com esmero e você conhece bem a procedência? Porque você vive dizendo que isso aqui, esse lugar, essas pessoas, esse universo, é pouco pra você? Não, não quero que fique, não quero que ninguém crie raízes, muito menos que abra mão dos seus sonhos. Quero apenas que você olhe uma vez de fora pra dentro, esqueça um pouco esse olhar de dentro pra fora, esse olhar que nos ensinaram a ter desde criança, um olhar narcísico no qual só nos ensinou a ver a vida do seu ponto de vista. Se eu não aprendi a olhar primeiro o que está em minha volta, eu não aprendi a selecionar o que é bom pra mim. Se eu estou tão acostumado a me ver e espelhar o que tenho nos outros, eu então desisti de crescer. Eu banalizei o sofrimento e a alegria alheia, eu aprendi a culpar os outros pela falta que sinto de mim mesmo. O meu medo não é ficar sozinho, é desistir de mim. E essa é a pior das solidões!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Não quero mais ser Feliz

"Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida..." (Tati Bernardi)





Em tempos modernos, levamos uma vida em que temos a obrigação de sermos felizes. Sim, obrigação. Nossos pais ou cuidadores nos criam para isso, sermos sempre felizes. O problema é acertar na felicidade para que eles nos deixem aproveitá-la. Para que o mundo nos deixe aproveitá-la. Você está sempre correndo em busca dela que já não consegue olhar para o lado e entender quem é essa felicidade. Mas a massa comunicativa, a tecnologia flutuante, essas sim conseguem te dar um caminho a seguir. E o caminho é 'comprar'. O melhor celular para que você tenha a melhor conversa, a melhor roupa para que você tenha os movimentos mais sensuais, o melhor relógio para que você otimize seu tempo, o melhor carro para que você faça as melhores viagens e tenha a estrada só pra você, só pra você, Só Pra Você. Literalmente, que viagem! Que viagem, porra! Acooorda! Celular é pra falar com quem se ama, isso quando a distância é maior que a saudade; roupa é pra te cobrir de cores, não pra te sufocar em 12 vezes sem juros; relógios são pra te mostrar quanto tempo você pode aproveitar suas vivências, não pra te afastar delas com o risco de atrasar suas conquistas; carro é pra te levar a lugares onde suas pernas não são capazes, e os demais lugares são feitos pra colocar quem a gente ama; a estrada não é só sua, em cada 'per capta' há sonhos, dores, prioridades, por mais oligofrênico que um ser possa parecer...  A minha felicidade me garante que eu não preciso disso pra ser feliz. Meus passeios 'socráticos' pelos shoppings me ensinam quanta coisa não preciso pra ser feliz. No fundo, o que queremos é reconhecimento, e ser reconhecido pelo que temos pode até acontecer, mas sua durabilidade é 1/100 dos 3 anos que tudo aquilo que é produzido funciona bem. Felicidade é subjetiva, mas uma coisa é certa, ninguém a TEM. Felicidade a gente Vive. Não quero mais ser feliz, não dessa forma. Quero é viver feliz, viver bem. Como? Bom, aí já é demais.

E quem disse que apenas a felicidade vai me ensinar alguma coisa?

'Eu quero é saber me querer com toda beleza e abominação que há em mim' (8)

É confuso explicar em poucas linhas aquilo que se aprende em distintos momentos uma vida. É impossível explicar em mil caracteres o que o Amor me ensinou. Mas garanto que em cada passo será possível encontrar muito de mim e um pouco de você... :)


(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)