domingo, 11 de setembro de 2011

Desistir

‎"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem." (Caio Fernando Abreu)



Por muitas vezes me vi entrelaçado a "quases". Mas o que mais e intriga é o tal do "quase amor". A gente, quando tá fresco e inexperiente nesse lance, se entrega com muita facilidade. E as decepções vão nos fazendo criar armas e armaduras. Esse medo nos limita, nos sufoca, nos retém. Isso não é viver, é se esconder. Assim eu não quero! Acreditar que pessoas boas existem não é inocência não. Seria o mesmo que achar que a esperança causa tristeza eterna. Acreditar em pessoas legais é dar credibilidade ao mundo. E viver bem consigo mesmo...

Só porque alguém te machucou uma vez, não significa que tem que excluir totalmente de sua vida. As coisas mudam. Pessoas crescem. Enquanto as crianças criam seus traumas diante daquilo que as machucou, pessoas bem resolvidas enfrentam as coisas de cabeça erguida, exibindo o coração. E qual o problema se ele estiver ferido? Ter partido o coração é sinal que depositamos força e tentamos alguma coisa. E a única maneira de cicatrizar uma ferida é confiando...

Certas coisas não têm sentido e nem razão para acontecer. Sentimentos bons e ruins sempre vêm e vão, temos que aprender a viver. Precisamos abrir os olhos, seguir em frente, pois nada é pra sempre, e muitas vezes é melhor zerar e recomeçar. Porque um dia descobrimos, mais cedo ou mais tarde, que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.

O defeito de muita gente é sentir saudade e não correr atrás, de amar e não admitir, de sofrer e não chorar. O medo de demostrar nossos sentimentos muitas vezes nos impede de ser feliz. A maneira mais eficaz de mudar essa rotina é dialogar. O Não já temos, vamos atrás do Sim, pois se não tentarmos nunca saberemos a resposta. Lembremos, a dor que nos machuca é a mesma que nos ensina.

Por minha vida passaram pessoas muito especiais, mas que foram capazes de me fazer permitir perder o equilíbrio, perder a cabeça, me perder. E por ironia, percebi que para continuar vivendo teria que me livrar daquilo que me dava força e, de certa forma, era a minha própria vida - ou pelo menos eu achava que era. Mas não consegui me livrar, por isso apenas desisti. Meio torto, meio bobo, meio manco, meio morto, desisti...

"Não sou ninguém importante, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Eu levo uma vida comum. Nenhum monumento dedicado a mim. Meu nome logo será esquecido. Mas em um aspecto, eu obtive sucesso como ninguém jamais teve. Amei alguém de coração e alma. E isso sempre foi o bastante pra mim."

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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