domingo, 9 de outubro de 2011

O que me falta?

"O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há e-mails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem." (Martha Medeiros)



O amor tá fazendo falta! E essa falta às vezes vem em alta escala, às vezes vem de mansinho. E é constante. E bate aquela "ruindade", aquele vazio, e me pego ligando a tv... mas não é isso... mastigo alguma coisa... mas não é isso... e ligo pra alguém... mas também não é isso... e tento dormir, e tento ler, e tento escrever. Aí os pássaros lá fora me tiram a concentração. Mas talvez seja só inveja. Aí me questiono: quem disse que os pássaros cantam de alegria? Pássaros engaiolados também cantam, e encantam. E o que incomoda o ser humano é justamente isso, se ver preso. Preso a valores, preso a amores, preso à família, ao lar. Não que isso não seja bom, mas toda essa "cadeia" faz parte das crises existenciais. Por isso faz falta o amor. Essas crises se estreitam, e se alarga apenas numa única direção: a da pessoa amada.

Ah, o silêncio... Bom ele seria se consigo trouxesse respostas, e não novas perguntas, novos medos, novos desejos. Mas nada de fugir, até porque não tem jeito mesmo. E é bom que venham coisas novas, porque de velho já basta o coração...
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Quando se gosta de verdade, qualquer defeito é a característica marcante da pessoa por quem nos apaixonamos. Não são as qualidades que nos seguram, são os defeitos e a maneira como os aceitamos. E muitas vezes eles são reflexos do que não suportamos em nós mesmos. Superar cada coisa que não nos agrada no outro é como vencer todos os dias uma nova batalha, o que nos dá orgulho em saber entender e se colocar no lugar de quem amamos. Abraçar as dores que uma pessoa carrega não é esquecer das nossas angústias, mas trocar experiências, ganhar resistência e conhecimento para as coisas que talvez iremos ou não viver. E caso um dia percamos de vez uma companhia, que fiquem os ensinamentos, são eles que nos mostram o quanto aprender valeu a pena, o quanto nos tornamos fortes, o quanto foi acrescentado em nós. Quem ama não quer mudança, porque se alguém muda por completo perde sua identidade. Quem ama não quer preencher espaços, quer economizá-los para caber sempre mais um pouquinho. Por isso chega de procurar alguém que te complete, chega de procurar uma pessoa que te faça melhor. O que queremos é alguém que nos faça transbordar!

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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