quarta-feira, 17 de abril de 2013

Faíscas



Engraçado como é o amor que a gente sente: por detrás dele há mais do que um simples querer por perto. Há ânsias, sonhos, presentes, presença, vontade de fazer feliz, desejo de completude. Mas que, às vezes, por infeliz ironia, a realidade pousa nos nossos ombros e começamos a perder as lentes dos óculos que antes só viam beleza. Se o amor perdura, e se os defeitos também são apaixonantes, aí sim se fortalece um afeto verdadeiro. Mas se o silêncio insiste em gritar, se a distância aumenta mesmo a poucos passos um do outro, o amor vai se desfazendo em migalhas, até virar pó. Dá muita pena ver um sentimento tão bonito se transformar em uma saudade que insiste nas fotografias. Mas a gente se auto engana, que é pra essa magia boba não passar. Um dia aprendi que ódio é apenas mais uma modalidade do amor... Confesso, ainda restam faíscas de tudo o que vivemos, mas não vou parar o meu caminho por isso. Então vou seguindo, com um rancorzinho bobo, implicado com você, que é pra não acabar tudo de vez.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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