domingo, 11 de dezembro de 2011

Memórias

"Depois de um tempo, você ainda vai lembrar dessa ferida que rasgou fundo o teu peito. Mas vai saber também que foi apenas uma página do capítulo passado. E que o capítulo que você está agora, ah, esse sim é o mais interessante." (Caio Fernando Abreu)



Tudo bem. Típica frase utilizada nas aceitações da vida. Pelo menos, a utilizada por mim, às vezes. Um tudo bem daqui, um ok dali, e a gente vai levando. Nem sempre com aquele sorriso original no rosto, é claro, mas com um sorriso parecido. Porém, o que me estremece são as perdas, ou do que me livrei, sei lá. E diversos atos, muitas vezes repetitivos, vão ganhando maior espaço ao longo dos dias, como se houvesse em mim alguma resistência. Acredito que quando a gente reluta em cima de algo a se fazer, tem um peso de angústia que pode a qualquer momento desencadear reações que nos paralisem. Os meus dias, digamos que quando não há trabalho a se fazer, são do tipo paralisantes. À noite, não. A saudade do que passou nos movimenta. Sair um pouco, conversar, conhecer lugares e pessoas, tudo isso nos possibilita a chance de encontrar algo diferente. Não digo melhor, porque a gente só tem saudade do melhor. Mas algo pra se distrair. Lembranças a gente guarda. Entender que hoje é melhor, bem, acredito que isso acontece só quando o momento passa. Mas alivia saber que o momento está ali para ser vivido, e coisas boas existem para serem lembradas. Mas, seguindo os conselhos de uma amiga, o legal é fazer planos para uma vida sozinha. Se aparecer alguém, a gente acrescenta nos planos. Se não, a gente executa os planos...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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