terça-feira, 3 de setembro de 2013

Dando livros



Já tentei começar a ler um novo livro sem terminar muitos outros, mas que no final não fazia sentido continuar a lê-lo. As histórias do passado, de alguma forma, me traziam para perto a vontade de desistir. Foi assim que entendi meus Quase Amores, que no final não passavam de vestígios do que poderia ter acontecido se tivesse dado certo. Não há como dar espaço para um novo amor entrar se ainda pulsa a sensação de que nos resta um capítulo não lido de um livro: ou é preciso ler até a última folha, ou é preciso doá-lo a uma outra pessoa - e que fique bem claro, me recuso a jogar fora ou queimar histórias que me acalmaram, mesmo que brevemente, o coração. O 'Se' que nos acompanha sempre será o mesmo 'Se' que nos impulsiona, do ponto de vista das possibilidades. E Se a gente não se liberta daquilo que nos prende, na certa será impossível obter resultados diferentes. Decidi limpar meu quarto, organizar minha estante, dar uma geral na minha vida. Por isso, andei doando livros por aí, mas nunca sem antes abençoá-los. Que meus livros e meus ex-amores sempre caiam em boas mãos. Melhor que livramos daquilo que nos retém o riso é devolver ao outro o 'ser história de amor com final feliz' para alguém. Porque a vida continua... E a felicidade, também.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário