quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Entregas



Sou daqueles que acreditam que devemos ser honestos com aquilo que estamos vivenciando. Mas é claro, sem culpabilizar o mundo e as outras pessoas por isso. Portanto, carrego nos olhos a sensação dos dias, mas sempre sem me esquecer que meu sorriso talvez seja a coisa mais preciosa para aqueles que cruzam meu caminho. Não sei ser amigo, irmão, filho ou amante pela metade. Categorias, por mais que nos exijam posicionamentos diferentes, exigem-nos que sejamos completos. E completude é algo que coloquei na minha lista de prioridades. Seja o sofrimento, seja a alegria, hoje eu sei que esses devem ser extraídos até o fim. O primeiro, para sanar a dor e virar aprendizado. O segundo, para sanar a rotina e virar saudade. Que aqueles que eu amo entendam que foi assim que aprendi a me ser, um ser que respira entregas. Que necessita compartilhar sentimentos, que ama sentir a reciprocidade na pele, que sabe muito bem a hora de limpar e organizar a vida e dar espaços para as novidades. E novidade é aquilo que me mantém um ser desejante, assim como a demonstração de afetos para comigo, em resposta de tudo o que eu demonstro (ah, e como eu demonstro!). Já não me dói seguir por outros caminhos e abandonar aquele carinho apagado e costumeiro. Estou seguindo o fluxo do mundo, e decidi ser feliz todos os dias, mesmo sabendo que o sofrimento faça parte da condição do viver. Porque eu sinto, muito. Sinto muito.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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