quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Amor de verdade



Qualquer dia desses o amor da vida chega sem avisar e muda nossa direção feito árvore que caiu na estrada. Feito buraco pelo asfalto afora. Feito rio que transborda. E tudo aquilo que era pra dar errado começa a se encaixar, porque ali, com a gente, aos poucos tornou-se lugar habitável. Sem exigências. Sem a busca infinita pelo amor cortês. Amor entre seres imperfeitos, que quando estão juntos procuram ser melhores, não para si mesmos, mas para o mundo. Quando o sonho de ter uma vida exposta em vitrine se quebra, espalhando cacos de superficialidade pelo chão. E o que sobra é a vontade de uma vida sem tanta correria, sem tantos desencontros, vida mansa, mesmo breve. E nessa troca de velhos discos de vinis, decidem que ali é aonde querem ficar. Sem promessas de eternidade. Sem contrato para toda a vida. Sem se preocupar com aparências. É quando a gente entende que amores avassaladores, embora saborosos, loucos e carregados de adrenalina, nunca foram amores de verdade. Porque amor de verdade há que nos devolver para nós, todos os dias, sem muito nos custar.

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

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