sábado, 23 de julho de 2011

O mundo precisa saber o quão forte somos

“Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa aos poucos de ser resto, e passa a ser minha vida [...]” (Tati Bernardi)



É preciso calma em diversas situações de nossas vidas, assim como para vencer um relacionamento é preciso encontrar força interior. As pessoas são inconstantes, aliás, nós somos inconstantes. Camuflamos nossa crueldade na palavra sinceridade, nossa covardia na palavra paz, nossas frustrações amorosas numa falsa felicidade, e o pior, nos revoltamos contra todos, inclusive àqueles que chegam devagar com a melhor das intenções. O fato de você não dizer tudo o que pensa pode sim te levar ao precipício, assim como quem diz tudo o que pensa leva a única coisa que poderia chamar de sua ao precipício: sua reputação. Somos o que falamos, pois as pessoas que não nos conhecem têm a nítida impressão que fazemos coisas escandalosas ou bem discretas que rascunhamos por aí. As palavras têm força, por isso precisamos medí-las sempre, afinal nunca se sabe se teremos que engolí-las algum dia. E sentimos também o que pensamos. Faça o teste! Pense numa pessoa perfeita ao seu lado, em momentos grandiosos, em puro amor. Pense agora em alguém que você tanto admira tomando essa pessoa de você, te traindo e levando aquilo que você julgava ter tanto valor. Dá um sentimento de mistura, mistura de raiva, dor, revolta... Interessante entender a ligação que se dá entre nossos pensamentos e nosso organismo. Produzimos substâncias defensoras ou tóxicas, nocivas ou não ao nosso corpo, e manipulamos indiretamente a nossa imunidade. Científico isso! Na certa, você deve estar se perguntando: cadê a força que o mundo precisa saber que achei que leria aqui? A resposta é: essa força não existe em nenhum lugar além de dentro nós! 

O sofrimento nos anula. A falta de graça na vida também. Não quero mais ser anulado pelo meu próprio organismo, faço o possível para não fixar em pensamentos obscuros, mas quando percebo já é tarde. Me adoeço com o ódio, com a dor, com o falso amor. Por isso, não pretendo mais me iludir com minhas expectativas. Elas que se danem. Pretendo morrer de Esperança, ela sim poderá me fazer ter algo melhor. Quando tenho uma expectativa, logo percebo que fantasiei demais. Mas a Esperança existe para me dar um chão de humildade, para que caso haja decepções no caminho eu respire aliviado e reflita: 'esperei mais'. A expectativa não, ela acaba com a gente. Ela nem nos faz refletir, ela nos faz sentir culpa com a famosa frase: 'como eu sou idiota!'. Um dia a gente aprende que quando pretendemos não ser tão ingênuos nas relações ainda estamos sendo ingênuos demais, pois temos a expectativa, carregamos a dor, o medo, a desconfiança. A Esperança é a chave, porque ela te permite sorrir em meio a tanta desordem que se encontrava seu coração. É uma ótima aliada. Sabe quando chega uma visita e você corre pra ajeitar a casa, seu quarto, sua sala, seu trabalho, e aí você consegue colocar tudo em ordem à tempo? Então, coisa da Esperança. Já a expectativa te engana, é como se esperasse uma visita indesejada, corre pra lá e pra cá sem saber o que fazer, e no final varre todo o lixo para debaixo do tapete. E quem se extrapola todo no final somos nós. Espere menos das pessoas, mas nunca perca a esperança nelas. Esse é o jeitinho fácil de mostrar ao mundo o quão forte somos. Acreditar numa amizade que vá te auxiliar em algo na sua vida é bem diferente de achar que as pessoas têm a obrigação. Assim como acreditar que o amor e a felicidade pousarão suavemente em nossos ombros não quando quisermos, mas sim quando estivermos preparados, e é claro, quando merecermos...

(Por Geraldo Vilela Mano Júnior)

2 comentários: